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Sessão de 19 de Fevereiro de 1925 11

boca, de que uns estão pelo lado do exploradores contra os explorados e do que outros estão do lado dos explorados contra os exploradores.

É em virtude dêstes processos, que se têm dito em pasquins cousas tremendas, e o que me dói é que êles sejam impressos em tipografias de republicanos, em tipografias de órgãos republicanos que porventura ajudamos a sustentar.

Ah! Sr. Presidente! Eu sei que em muitos dêsses pasquins se tem dito que os Deputados que votaram a moção de desconfiança ao Govêrno transacto estão vendidos a companhias e que pelos domicílios foram distribuídas acções dessas emprêsas.

Mas, Sr. Presidente, êsses homens que venham diante dó nós, face a face, frente a frente, fazer essa afirmativa.

Vamos fazer um exame à nossa vida particular é, pública, vadios confrontar o nosso passado político e patriótico, com o dos outros, tirem-se folhas corridas, e façam-se inquéritos rigorosos, e então se saberá, quem são os republicanos e patriotas que sempre têm defendido a República, e que, jamais, admitirão que se lance sôbre a sua honra estas bolas de lama a calúnia que são a representação digna das suas almas de sevandijas.

Sr. Presidente: antes de terminar as minhas considerações, quero referir-me ao abandono dos trabalhos parlamentares pelos Deputados nacionalistas.

Da outra vez em que êsse abandono teve lugar, como Deputado independente que era, tive ocasião de manifestar nesta Câmara o meu modo de ver, sôbre as graves consequências que êsse facto podia ter.

Hoje, coerente com o meu passado e com os meus princípios, quero ainda, como Deputado democrático que sou, dizer a V. Exa. e à Câmara, que, hoje como ontem lamento, o afastamento do Partido Nacionalista dos trabalhos da Câmara.

É um facto que pode ter graves consequências políticas, embora algumas pessoas vejam só perigos quando são afectados directamente.

Para mim afigura-se-me que é muito delicada a situação política que atravessamos, dado o lugar, o segundo da República, que êsse partido tem.

Eu faço votos sinceros para que voltem aos seus lagares os parlamentares nacionalistas e que para isso se encontre uma fórmula.

Digo isto com os meus sentimentos democráticos e do bom republicano. Faço votos ardentes para que ràpidamente voltem à Câmara.

Apoiados.

Sr. Presidente: a situação tem de melhorar para o prestígio da Répública e salvação do País.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem.

O orador não reviu.

Leu-se e foi admitida a moção do Sr. Agatão Lança.

O Sr. Carvalho da Silva: - Sr. Presidente: a moção do Sr. Agatão Lança levou-me a pedir a palavra para disser que já o meu querido amigo Morais Carvalho tencionava apresentar uma moção de desconfiança, redigida pouco mais ou menos nos termos da moção do Sr. Agatão Lança.

S. Exa. lamentou as afirmações feitas pelo Sr. Domingues dos Santos quando Presidente do Ministério e o Sr. Vitorino Guimarães, actual Presidente do Ministério no acto da posse colectiva do Govêrno, fez considerações das quais se depreende a sua solidariedade com as afirmações feitas pelo chefe do Govêrno anterior.

Nestas condições a moção do Sr. Agatão Lança é uma mação de desconfiança ao actual Govêrno.

O Govêrno actual segue a mesma orientação do Govêrno anterior.

O Sr. Presidente ao Ministério esqueceu se de todas as reclamações que lhe foram apresentadas sôbre vadias medidas do Govêrno anterior.

Uma delas; a que mais feriu á consciência pública, foi a que criou nos bancos lugares com vencimentos chorados, para mais fàcilmente se impedir que os particulares governem aquilo que é seu.

É isso mesmo que o Sr. Presidente do Ministério quere, mas ainda mais desenvolvido do que o seu antecessor.

É com isto que não concorda um País que ainda não se confessou num estado de bolchevismo.