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Sessão de 20 de Fevereiro de 1925 31

Sr. Presidentes sôbre a proposta de lei apresentada a esta Câmara pelo meu antecessor e respeitante à convenção de 29 de Dezembro de 1922, pedirei que se aguarde a sua discussão e, se na verdade me convencerem de que há qualquer aumento de circulação fiduciária, serei eu o primeiro a pedir que ela seja retirada da discussão.

Quero ainda dizer, Sr. Presidente, que uma vez bem estudada essa proposta, e introduzidas as modificações julgadas necessárias e convenientes, eu suponho que terei a Câmara toda de acordo, a menos que haja oposição sistemática, porque a reputo indispensável e vantajosa para os interêsses do Estado.

Sr. Presidente: propriamente sôbre a declaração ministerial mais uma vez o Sr. Carvalho da Silva repetiu considerações anteriormente feitas.

Sr. Presidente: declarou S. Exa., o eu gosto de ouvir essas palavras da sua boca, referindo-se, não me recordo agora, a qualquer facto que S. Exa. julgava mau, que era a consciência que lhe bradava que tal acto não ora digno de um republicano e de um democrático.

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo): - Eu posso falar assim à vontade, porque sou suficientemente monárquico; mas, em todo o caso, reconheço quais são os princípios republicanos, e vejo que são a negação absoluta de tudo quanto se põe em prática.

O Orador: - Também há uma frase de S. Exa. que eu não posso deixar de levantar, a qual apenas, certamente, foi proferida devido ao calor que tomou o seu discurso.

S. Exa., a cujas qualidades de homem de bem eu presto a minha homenagem (Apoiados), ainda até hoje não deixou de estender a sua mão aos republicanos. E, se assim é, é porque S. Exa. os considera como devem ser considerados e não da forma por que a êles se referiu no seu discurso.

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo): - O facciosismo político de V. Exas. tem-os levado a ter uma moral política diferente da moral pessoal.

Não apoiados.

O Orador: - Também tratou S. Exa. de um caso a que chamou "do cheque falso", porque êle andou de Banco para Banco.

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo): - E que não foi pago em parte nenhuma.

O Orador: - Neste momento não direi nada a S. Exa. sôbre a progunta que me fez acerca do Banco de Portugal, porque vim aqui apresentar um Govêrno e não vim discutir assuntos de administração pública.

Mas, logo no primeiro dia em que houver sessão, depois do férias, eu direi a S. Exa. o que penso sôbre o assunto.

Esta minha resposta poderá desagradar a S. Exa., mas não desagradará aos republicanos.

Apoiados.

Agradeço agora ao Sr. Lino Neto as saudações que S. Exa. me dirigiu, devendo, ao mesmo tempo, dizer-lhe que pode S. Exa. estar tranquilo- porque eu vou adoptar o princípio de que é necessário fazer com que haja uma coerência completa entre os meus actos e as minhas palavras, pois que, desde que não possa realizar os compromissos tomados, saberei muito bem qual o caminho que hei-de seguir.

Falou também por parte dos Independentes o Sr. Abranches Ferrão, tendo se S. Exa. referido especialmente à reforma bancária.

Devo dizer a S. Exa. que, embora eu reconheça que ela deve, na verdade, sofrer algumas modificações, hei-de fazê-la cumprir, em quanto o contrário não fôr resolvido pelo Poder Legislativo.

Para todos os outros oradores que tomaram parte no debate vão as minhas saudações, muito principalmente para o Sr. José Domingues dos Santos, meu particular amigo, por parte do qual eu encontrei todas as facilidades para a organização do meu Ministério.

O que posso garantir à Câmara é que, se vir que não posso realizar as promessas feitas na minha declaração ministerial, sei muito bem qual o caminho que tenho a seguir.

Sr. Presidente: devo ainda dizer ao ilustre Deputado Sr. João Camoesas, em