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32 Diário da Câmara aos Deputados

resposta às considerações por S. Exa. feitas sôbre a declaração ministerial, na parto que diz respeito à Instrução, que, só bem que nela se não fale largamente sObre o assunto, esto não deixará do merecer a maior atenção por parte do Govêrno.

O trabalho de S. Exa. será entregue ao Parlamento com as modificações que o Sr. Ministro da Instrução julgar necessárias.

Sr. Presidente: no dia da apresentação do Ministério falei com toda a clareza e julguei ter demonstrado bem os propósitos do Govêrno e ter sido recebido bem, mas parece que mo enganei, pois vejo que as paixões políticas não serenaram como eu julgava e esperava.

Eu direi que o Govêrno aqui está com toda a firmeza e a energia necessária para cumprir o seu programa, governando com a lei o com a ordem e castigando tudo •ue represente rebeldia ou desordem.

Apoiados.

Assim ficamos bem entendidos.

Sr. Presidente: vou dar a minha opinião sôbre as moções apresentadas.

A primeira moção que apareceu foi a do Sr. Cunha Leal, que o Govêrno declara que não pode aceitar.

Apoiados.

A sua aprovação representaria uma desconfiança para com o Govêrno.

Aproveito a ocasião para, mais uma vez, em nome do Govêrno, dizer que sentimos profundamente a resolução tomada pelo Partido Republicano Nacionalista, ao qual, como já tive ocasião também de dizer, conhecemos o bom desejo de bom servir a República, apenas com critérios e processos diferentes, e seria um momento de verdadeira satisfação ver voltar à colaboração parlamentar a minoria nacionalista.

Apoiados.

O Govêrno acoita a moção apresentada pelo Sr. Almeida Ribeiro.

Seria pleonasmo dizer que o Govêrno não aceita a moção apresentada pelo Sr. Carvalho da Silva.

Todas as outras moções que estão sôbre a Mesa - a do Sr. Plínio Silva, permita-mo que lho diga, não a acho absolutamente indispensável para a vida do Govêrno - não as aceito.

Teria ainda de fazer outras considerações sôbre o que o Govêrno pensa no campo político, económico e financeiro.

Apoiados.

A orientação financeira, permitam-me que lhes diga, não vem do tempo do Sr. Álvaro de Castro. A pasta das Finanças tem-se orientado sempre por princípios avançados.

As outras moções nada tem com elas o Govêrno: são moções que apenas interessam por assim dizer ao Parlamento.

Quere-me mesmo parecer que a apresentada pelo Sr. Agatão Lança, depois da modificação que S. Exa. mandou para a Mesa, perde aquele carácter de agravo que parecia ter, o que faria com que a minoria monárquica a pudesse considerar como sua.

Sr. Presidente: era isto que eu tinha a declarar à Câmara acerca das moções apresentadas.

Assim, aceito a moção do Sr. Almeida Ribeiro, que é de confiança ao Govêrno, não podendo aceitar, nem a do Sr. Cunha Leal nem a do Sr. Carvalho da Silva.

Paru terminar, Sr. Presidente, devo repetir mais uma vez que êste Govêrno, ao assumir o Poder, adoptou como lema a frase já hoje célebre do Sr. José Domingues dos Santos, meu ilustre amigo, de que era pelos explorados contra os exploradores e do que a fôrça pública não se fez para espingardear o povo.

Adoptei êsse tem-a com entusiasmo, embora não lhe encontrasse grande ensejo na ocasião em que foi dito; adoptei o porque tem sido ÔSSPS princípios que nortearam sempre a minha vida política.

Não vim para a Câmara senão para trabalhar, e tendo passado uma mocidade de trabalho seu bem quanto sofre e quanto passa quem labuta, não podendo, por isso, deixar de ser pelos explorado" contra os exploradores.

Polo que respeita à fôrça pública, se pelo espírito me passasse a idea de que ela foi criada para espingardear o povo, não teria a vaidade que tenho de envergar uma farda militar.

Essa frase, portanto, que tam célebre se tornou ia, não pode deixar do estar no espírito de todos os republicanos, e lamentável é que, a propósito dela, se tivessem levantado equívocos.

Tenho dito.

O orador não reviu.