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Sessão de 20 de Fevereiro de 1925 29

neira e Portugal não será mais feliz ou infeliz por causa destas atitudes.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem!

O orador não reviu.

O Sr. Rodrigues Gaspar: - Sr. Presidente: posa-me que já estejamos em hora tam adiantada, mas, reconhecendo bom essa circunstância, prometo que vou reduzir ao mínimo possível o que tenho a dizer.

Dirijo os meus sinceros cumprimentos ao Govêrno presidido pelo Sr. Vitorino Guimarães, pessoa da máxima respeitabilidade, republicano dos que tem melhor servido o País, sempre na brecha, duma modéstia que todos reconhecem o que o impõe à consideração de todos nós.

Se S. Exa. não tivesse apresentado a sua parte escrita, eu, por meu lado, admiti-lo-ia completamente à parte oral o, mais ainda, confiava nas suas prova0 pelos exercícios práticos que viessem dar o valor exacto da sua acção.

Dirijo os meus cumprimentos a todo o Ministério.

Conheço, posso dizê-lo, todos os homens que entram na sua composição, alguns dos quais foram meus companheiros. Há outros, novos, que todos reconhecemos terem consagrado a maior dedicação à Republica e que merecem toda a nossa confiança.

É com grande satisfação que vejo na pasta das Colónias um homem perfeitamente à altura de bem se desempenhar da sua função, com verdadeiro conhecimento do assunto.

A todo o Govêrno, repito, eu dirijo os meus cumprimentos, convencido de que procederá de harmonia com os altos interêsses do País e da República.

Sr. Presidente: feitos êstes cumprimentos, sou obrigado a proferir algumas palavras, em virtude de ter pertencido a vários Ministérios e de ultimamente ter presidido a um.

Lamento profundamente que no momento actual um partido da República, que é um dos sustentáculos do regime, se tivesse afastado dos trabalhos parlamentares.

Houve frases do Sr. Presidente do Ministério transacto que feriram os homens no uso livre dos seus direitos.

Cada um votou como a sua consciência lhe aconselhou, e ninguém tem de dar satisfações da forma como exerceu o seu direito de voto.

Essas frases podem ter sido proferidas por uma impressão de momento; mas foram, como aqui já se disse, muito exploradas lá fora, e exploradas de modo a ainda mais excitar ódios.

Para quem encarar serenamente a política actual dêste País afigura-se-lhe que não há problemas políticos a resolver, mas apenas problemas pessoais.

O discurso ontem proferido nesta Câmara pelo Sr. José Domingues dos Santos foi por vezes tam cheio do altivez para com os seus colegas desta casa do Parlamento, que não podemos deixar de o repetir.

E se antigo Presidente de Ministério sustentou as palavras, que aqui disse, de que nós queríamos os exploradores contra os explorados e a fôrça pública para espingardear o povo.

Ora a verdade é que nenhum de nós deseja que o povo seja espingardeado pela fôrça pública, mas é preciso conhecer as condições em que as cousas são ditas.

Presto a minha homenagem à fôrça pública, que tam bem soube cumprir o seu dever. Essa fôrça portou-se duma forma que mostrou bem o que vale a serenidade.

Apoiados.

Quando assumi a Presidência do Ministério, encontrei indivíduos presos com 60 dias de Trafaria, e que estavam condenados a ir para a Guiné, e mandei-os para o tribunal.

Parece me que isto não é ser contra o povo.

Apoiados.

O meu Govêrno estava fazendo a política da valorização do escudo; barateou o preço do pão, mas, a seguir, vem o aumento pela forma que todos sabemos e cujas culpas nos não cabem.

O nosso pensamento foi sempre bem servir o povo.

E quero ainda significar que todos têm o direito do seu voto e afirmar que a Câmara sabe que não se fez nenhum complot para derrubar o Govêrno anterior.

Apoiados.