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28 Diário da Câmara dos Deputados

Não é culpa minha não estar em eficiência o imposto do rendimento.

Seria das medidas que operariam uma verdadeira revolução económica e financeira.

Se assim é, para que damos pelo menos a impressão ao País de haver no nosso partido uma facção?

Eu não quero que me acusem, de fugir às responsabilidades.

Interrupção do Sr. Agatão Lança, que se não ouviu.

Não posso deixar de dizer que não faço a injustiça ao Sr. Vitorino Guimarães, actual Presidente do Ministério, de pensar que possa ter os mesmos processos do outro Govêrno. Se assim fôsse, manteria a mesma posição que mantive para com o outro Govêrno.

É um parlamentar brilhante; foi meu colaborador no Ministério.

O Ministério do Sr. Rodrigues Gaspar caiu porque quisesse espingardear o povo?

Caíu por estar ao lado dos exploradores?

Fizeram-lhe justiça, e hão de fazê-la cada vez mais.

Estão na Mesa, entre outras, duas moções para que poço a atenção do Sr. Presidente do Ministério: uma é do Sr. Agatão Lança, e outra é do Sr. Joaquim Ribeiro.

Nada têm com o Govêrno actual, nem nunca se compreenderia que, numa questão que nada tem com o Govêrno, o Govêrno nela se quisesse imiscuir.

Lembro-me de uma anedota: um corcunda tinha a mania do andar sempre metido em desordens. Ninguém lhe dava categoria para isso. Mas, havendo qualquer perturbação, mostra-se no meio de toda a gente.

Até que um dia alguém lhe preguntou a razão por que êle andava a meter-se onde não era chamado, o respondeu:

"É que eu também quero ser da bulha".

O Govêrno não pode representar o papel do corcunda que queria ser da bulha.

Eu não tenho que fazer penitência do" meus actos, pois não me preocupa que os lá de fora se julguem mais ponderados de que os cá de dentro, mas tenho de reconhecer que certas acusações são injustificadas, embora o Sr. José Domingues dos Santos a êsse dito que não teve o intuito de ferir ninguém.

Tenho a certeza, também, de que o Sr. Agatão Lança não se quis referir a ninguém desta casa do Parlamento, o por isso entendo que são desnecessárias as palavras em que diz que lamenta tais processos.

O Sr. José Domingues dos Santos já a esta hora deve reconhecer que a sua frase foi impensada.

Temos, porém, de a repelir e, se assim não fôsse, mal iriam aqueles que continuam nesta casa do Parlamento a assentar-se ao lado dos que merecem os morras e até daqueles que se arrogam o papel de intimidá-los, porque êsses seriam os que ficariam amarrados à grilheta a que se referiu o Sr. José Domingues dos Santos.

Devo dizer antes de terminar que me associo inteiramente às palavras que vários oradores, entre êles creio que até o Sr. Plínio Silva, dirigiram à minoria nacionalista Entendo que os homens públicos nunca resignam. Passam momentos aborrecidos e horas amarguradas; mas, por muitas injustiças que lhes façam, nunca fogem do sen pôsto. O Partido Republicano Português nunca quis governar sozinho, nunca defendeu essa máxima. Nunca me repugnou uma concentração geral do republicamos. Se houvesse êsse regime de excepção, tapávamos a entrada do Poder a determinados homens da República que o não merecessem. Tenho entre Cios amigos pessoais, camaradas que trabalharam bastante para a implantação do regime.

Muitos dotes foram até feridos o nunca mais se lhos apaga o nome da história política do sen País. Devem, pois, os nacionalistas voltar ao nosso convívio. Não mo interessa a frase do Sr. Cunha Leal, que aliás eu muito considero e respeito, e que até me merece, por vezes, boas palavras, como não me interessam as do Sr. José Domingues dos Santos.

Um não quere fazer parte do Govêrno com o actual Presidente da República; outro também não quere fazer parte do Govêrno com esta Câmara.

Uma e outra são frases infelizes. O mundo andará, no emtanto, da mesma ma-