O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 20 de Fevereiro de 1925 25

colaborador num dos Ministérios da minha presidência, o Sr. Vitorino Guimarães.

E as saudações que lhe dirijo são não só para S. Exa., mas para todas as pessoas que constituem o Govêrno.

Entre elas, tenho amigos queridos de infância, companheiros de liceu, e apesar de quatro ilustres individualidades dêsse Ministério não pertencerem ao meu partido as minhas saudações para essas pessoas, são tam sinceras e calorosas como as que dirijo aos meus correligionários.

Não preciso, Sr. Presidente, de intervir no debate relativamente à apresentação do Ministério e seu programa, por que isso já foi feito por uma pessoa respeitável, ilustre membro do Parlamento e meu antigo colega no Ministério, Sr. Almeida Ribeiro.

Nada tenho que acrescentar às palavras do S. Exa., porque, a fazê-lo, seria deminuir a função de que êle foi investido.

De resto, Sr. Presidente, melhor do que ninguém, o Sr. Presidente do Ministério sabe, até mesmo antes de se constituir êste Govêrno, qual a minha posição em relação a S. Exa.

Sr. Presidente: de há muito eu tinha declarado a correligionários meus a minha divergência, não em relação ao fundo das questões versadas de carácter financeiro e económico, nesta casa do Congresso, pelo Govêrno transacto, mas sim em relação aos métodos, e porque a memória não é feliz para algumas pessoas, o meu ilustre amigo Sr. João Camoesas quis reivindicar, há pouco, alguma cousa daquilo que fizeram es Ministérios da minha presidência.

Aproveito o ensejo, que mais uma vez se me oferece, para dizer a V. Exa., Sr. Presidente, e à Câmara, que recordo com saudade a colaboração de todas as pessoas que tomaram parte nesses Ministérios.

Entre elas está o Sr. Vitorino Guimarães, que sabe muito bem a solidariedade que sempre teve, não só de mim, mas de todos os correligionários, mesmo ainda quando grandes dificuldades surgiram.

V. Exa., que já tem tido responsabilidades de Govêrno, conhece perfeitamente, avalia bem, quais as responsabilidades do Govêrno da minha presidência e as condições em que êsse Govêrno se mantinha, com o apoio de todos os republicanos, faltando-lhe apenas o dos monárquicos - e nem precisava tê-lo.

Ora todos diziam que não tinham viabilidade os Governos que se formassem sem o apoio da guarda republicana. Porém, o meu Ministério constituiu-se sem pedir licença, à guarda republicana. Estava-se num período de agitação, de desordem e todos sabem o abalo profundo que haviam sofrido as instituições vigentes.

Já então comandava a guarda republicana o actual Sr. Ministro da Guerra.

Quer S. Exa., que o chefe do estado maior, que foi meu chefe de Gabinete, prestaram então os mais altos serviços na manutenção da ordem, os quais não poderão nunca ser esquecidos.

Êsse Ministério, com as virtudes ou desvantagens derivadas dos diplomas que são da sua iniciativa, apresentou ao Parlamento propostas de lei sôbre assuntos económicos e financeiros e muito especialmente de carácter tributário, o que têm feito todos os Governos da República.

E é a êste que se chama um Govêrno que realiza política do maromba?! Certamente que os republicanos não poderão aplaudir que se classifique assim o Ministério da minha presidência.

Os bons republicanos só têm que congratular-se pelos actos dêsse Ministério que considero como um título de honra da minha vida pública.

Os homens públicos têm de ser hábeis, precisam de fazei- nos Governos uma política de equilíbrio entre todas as classes e o que nos últimos tempos do regime monárquico o no começo da República se não havia feito, conseguiu-se afinal no Ministério da minha presidência - isto é, a colaboração das várias correntes políticas.

Já tive ensejo de prestar as minhas homenagens a todas as pessoas que então contribuíram para que fôsse um facto essa política que se realizou com vantagem para o País.

Nunca poderei esquecer os serviços relevantes prestados pelos meus colaboradores no Ministério nessa obra que iniciámos - obra continuada com mais brilho nos Governos seguintes, mas cujos alicerces eu e os meus colegas nesse Gabinete lançámos.

Posso asseverar, sem receio de ser desmentido, que, devido às leis tributárias