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Sessão de 5 de Março de 1925 7

jam depositadas na Caixa Geral de Depósitos, à ordem da administração geral das estradas e turismo.

Creio que o Parlamento poderá aprovar a urgência e assim se fará alguma cousa útil.

Não peço dispensa do Regimento e o relatório que apresento é já mais pequeno do que o que anteriormente tinha feito para mais fàcilmente V. Exas. poderem ler e dele tomarem conta.

Assim ter-se há conseguido alguma cousa.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Ferreira de Simas): - Sr. Presidente: não posso senão elogiar as palavras do Sr. Plínio Silva acerca dos seus esfôrços para resolver o problema das estradas.

Pelos documentos que recebi de S. Exa. reconheci quão valiosos foram os esfôrços de S. Exa. e vejo que continua a sua acção como Deputado apresentando o presente projecto.

Localidades há que estão verdadeiramente bloqueadas não podendo fazer sair os seus produtos. As estradas de turismo estão intransitáveis. Para Lisboa, Cascais Sintra já conseguiu S. Exa. iniciar os trabalhos, mas o dinheiro só permite reparar até Paço de Arcos.

Espero que a Câmara tome em consideração a proposta do Sr. Plinio Silva, que eu por mim lhe asseguro todo o meu apoio.

O orador não reviu.

O Sr. Nuno Simões: - Sr. Presidente: desejo tratar de factos que se relacionam com acontecimentos recentes e por isso peço a atenção do Sr. Presidente do Ministério, visto não estarem presente os Srs. Ministro do Interior, e Ministro da Guerra.

Há muito tempo que andamos a discutir, e todos com muito zelo, digno de elogio, a forma de defender a disciplina do exercito.

Andamos há muito tempo a afirmar que é da nossa obrigação de republicanos e de patriotas prestigiar o exército, e entretanto os factos demonstram que não há a disciplina que devia haver e o Poder Executivo não tem feito o seu dever.

Há muito tempo que o Govêrno deveria ter intervindo, desde que se deu o caso de Braga.

Sabe V. Exa. e todos conhecem que houve um movimento colectivo, e que se ampliou a outras unidades e até hoje não houve qualquer procedimento como os factos exigiam.

Em Vila Real deram-se factos que desprestigiam o exército. Houve altas patentes que se permitiram dizer aos mancebos, que iam à inspecção, que os políticos da República eram tudo aquilo que aos oficiais se afigurou dizer e que êles não tinham o direito de dizer.

Apoiados.

Sr. Presidente: êstes factos precisam de correctivo rápido e rigoroso para bem da disciplina do exército.

Não pode ser que altas patentes do exército injuriem em comícios os parlamentares. É preciso que o Sr. Ministro da Guerra castigue êstes excessos, êstes erros.

Sr. Presidente: como tudo isto não bastasse para mostrar que a política que se tem feito dentro do exército ó tendente à insubordinação, anda correndo, um manifesto em que se injuria o Conselho de Promoções e se insinua que por dinheiro promoções se fizeram.

Bem sei que há dentro desta Câmara militares distintos que melhor do que eu se podem ocupar do assunto, mas como Deputado da Nação cumpre-me defender o prestígio do exército e reclamar do Govêrno que averigúe, para que não continuemos neste regime de suspeitas e ataques à República e aos seus homens mais representativos.

Feitas estas considerações, cumpre me tratar de outro assunto que se liga com as afirmações que há pouco fiz.

Não desconhece a Câmara que têm sido distribuídos em Lisboa, nos últimos tempos, contra determinadas figuras da política, pasquins que podem visar a tudo, até mesmo à eliminação de pessoas. Êstes pasquins merecem a repulsa de todos os republicanos, como exigem a mais rigorosa averiguação e o maior castigo. Êste caso tem um particular significado, porque se pretende agravar o ambiento revolucionário, o que não pode convir a nenhum republicano, nem a nenhum sincero patriota.