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8 Diário da Câmara dos Deputados

Pode o Sr. Presidente do Ministério informar a Câmara acerca dos acontecimentos desta última noite?

O momento revolucionário é do molde a lançar do um momento para o outro o país numa grave perturbarão, e por isso a Câmara dos Deputados tem o direito do sabor o que só passa e afirmar ao Govêrno que em matéria de ordem pública não há partidos nem facções.

Eram estas as considerações que eu desejava fazer à Câmara.

Disse.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): - Sr. Presidente: o ilustre deputado Sr. Nuno Simões referiu-se a três assuntos, dependendo os dois primeiros da pasta da guerra, cujo titular responderá a S. Exa.

Acerca da distribuição de pasquins, devo dizer a S. Exa. que o Sr. Ministro do Interior já tomou todas as providencias necessárias para que sejam castigados os delinquentes.

Sôbre os acontecimentos que se deram esta noite, devo dizer a S. Exa. e à Câmara que, embora êles sejam de lastimar, não me parece que possam constituir grande perigo para as instituições, tendo, no emtanto, de os encarar de frente o de usar para com os responsáveis de toda a energia, como é necessário.

Apoiados.

E conto, para isso, com o apoio de toda a Câmara, o qual espero não me faltará.

Muitos apoiados.

Um facto deveras para lastimar foi o do terem sido presos três indivíduos no Quartel General da 1.ª divisão, na madrugada de boje, dos quais apenas um é oficial do exército, pois que os outros dois são um antigo oficial do exército que foi demitido por ocasião do movimento monárquico do Norte, e um civil.

Não tenho, Sr. Presidente, segredos para como o Parlamento, e assim vou ler à Câmara uma parte do relatório que me foi enviado, o qual diz o seguinte:

Leu.

Êstes factos são na verdade para lastimar, o tanto mais quanto é certo que o oficial a que já me referi, e que se apresentava fardado de capitão de engenharia, conseguiu fugir saltando de unia janela para a rua.

Do que a Câmara pode estar certa é de que o Sr. Ministro da Guerra vai proceder imediatamente, e com todo o rigor, a fim de se saber a quem cabem as responsabilidades de tais factos o de forma que êles se não repitam.

Trata-se, Sr. Presidente, a meu ver, de uns exaltados, a não ser que êles contassem com outros elementos, o que não creio.

O que se torna necessário é que se proceda com a maior energia, para o que peço à Câmara que se não deve levar por sentimentalismos, do modo que não fiquem, impunes os culpados, como tem acontecido até hoje.

Eram estas, Sr. Presidente, as declarações que tinha de fazer à Câmara, podendo V. Exa. estar certos de que do que vier a apurar-se darei imediata conta ao Parlamento.

Quanto aos outros factos a que o Sr. Nuno Simões só referiu, e que dizem respeito a questões militares, o Sr. Ministro da Guerra terá ocasião do responder a S. Exa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Vieira da Rocha): - Sr. Presidente: antes de entrar propriamente no assunto para que pedi a palavra, apresento a V. Exa., Sr. Presidente, os meus cumprimentos pelas altas funções do que V. Exa. se encontra investido e permita-me igualmente que na pessoa de V. Exa. eu saúde e cumprimente os ilustres legisladores, agradecendo-lhes as referências com que me honraram durante o debate político, o que sempre tom sucedido o que muito mo sensibiliza quando por circunstâncias políticas do Partido Democrático a que pertenço me encontro neste alto cargo da República.

Sr. Presidente: entrando nas considerações feitas pelo Sr. Nuno Simões a respeito das inspecções militares de Braga, eu tenho a dizer a S. Exa. que o assunto pode ser encarado debaixo de dois aspectos, isto é, debaixo do aspecto técnico e do aspecto político.

Quanto ao aspecto técnico, sabe S. Exa.