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6 Diário da Câmara dos Deputados

cros fabulosos que estão auferindo, e para que todos os membros do conselho de administração recebessem 600.000$ por ano e os membros do conselho fiscal 400.000$?

É por estas e por outras concessões que a gente da moagem tom uma vida de orgia, que devia envergonhar a sociedade em que vivo, tais são os seus exageros e elevadas despesas.

Não sei que consideração possa merecer-nos a gente da moagem, que sempre nos tem roubado, o que anda por essas ruas em automóveis, salpicando nos de lama e olhando nos como senhores e donos nossos.

O Sr. Ministro da Agricultura deve permitir a entrada de farinhas, para que se fabrique pão tragável (o que actualmente não sucede) o por preço razoável.

Não me preocupa que se diga que são prejudiciais as minhas palavras, nem me incomoda que o Sr. Tôrres Garcia se sinta ferido, porque eu critiquei algumas das suas determinações e as medidas que decretou.

Continuarei, sem desfalecimentos, trabalhando a favor do povo, pedindo o barateamento da vida, até que esta se harmonize cora os nossos recursos.

Os Srs. Ministros que procedam, publicando os seus decretos, ou não os publicando, mas agindo de forma a que se modifique êste estado de cousas, que e insuportável e que é preciso ter um limite.

A todos tenho dado o meu concurso, apontando-lhe factos que podem ser remediados e se o não são, disso não tenho culpa.

O Sr. Ministro da Agricultura (Amaral Reis): - Ouvi com toda a atenção as considerações feitas pelo ilustre Deputado Sr. Tavares do Carvalho.

Começarei por afirmar que do decreto que publiquei só defendem categórica e insofismavelmente os interêsses do consumidor e do Estado.

Afirmarei mais que dentro dos diagramas estabelecidos no decreto sôbre a extracção das farinhas se pode fabricar pão de boa qualidade, e tanto assim que se neste momento padarias há que ainda estão fabricando pão que muito deixa a desejar, outras há que estão fabricando pão como há muito tempo se não fabricava na cidade de Lisboa.

No meu Ministério encontram-se amostras do pão que está sendo fabricado em algumas padarias.

Disse o ilustro Deputado que eram os diagramas anteriores se podia fabricar pão do melhor qualidade do que dentro dos diagramas do decreto que publiquei.

Devo responder que nunca se fabricou pão dentro desces diagramas.

Portanto não se podem lazer comparações com um pão que nunca chegou a ser fabricado.

O meu decreto foi cuidadosamente estudado. Seria muito interessante que me provassem que, dado o preço do trigo fornecido à moagem, se podia fabricar pão mais barato o quais seriam os outros diagramas para aquele preço.

Tudo que se disser em contrário denota muito desejo de se fabricar pão mais barato, mas não passa de palavras.

Em resposta ao Sr. Tavares de Carvalho, devo ainda observar que nunca os lucros da moagem foram ta m reduzidos pelos diferentes Ministros como são reduzidos no meu decreto.

No meu decreto procura-se, a parte referente à aquisição de trigo exótico, preparar o mais depressa possível o regresso ao regime de 1899. O problema já tinha sido estudado de uma maneira inteligente pelo meu antecessor, o Sr. Tôrres Garcia, que reunira elementos que demonstram bem o cuidado que havia dispensado a êste assunto.

Publicado o decreto, o papel do Ministro é fiscalizar a sua execução, do maneira que cada um cumpra o que nele está exarado.

No dia seguinte à publicação do decreto enviei à fiscalização uma nota de serviço.

Eu mesmo mandei adquirir pão em diferentes padarias para verificar o pão que se estava fazendo, e tive ensejo de ver que há muito tempo não só fabricava pão do tam boa qualidade, embora também tivesse ensejo de verificar que nalgumas padarias o pão sei ia, não digo intragável, mas inadmissível.

Hoje chamei o funcionário superior que está à frente da fiscalização e disse-lhe que êle tinha o dever de fazer cumprir o decreto.

Com respeito à carestia da vida e ao