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8 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Tavares de Carvalho (para explicações): - Sr. Presidente: eu pedi a palavra para declarar a V. Exa. e à Câmara que não duvidei nunca da boa vontade o da energia que o Sr. Ministro da Agricultura é capaz de Despender para resolver o problema da carestia da vida.

Estou corto que envidará todos os esfôrços para o conseguir.

A notícia que S. Exa. veio trazer à Câmara, de que está tratando da redução do preço dos transportes, satisfazendo assim uma das rainhas reclamações, para o barateamento da vida, assim como o ter ciado conhecimento das suas visitas aos armazéns reguladores do comissariado doa abastecimentos, mostram bem o interêsse que lhe está merecendo a resolução do problema da carestia da vida.

Disse também S. Exa. que o Estado não pode empregar mais vapores na pesca, por falta de recursos.

Está bem, mas parece-me que os Srs. Ministros da Agricultura o do Comércio, de comum acordo o sem nenhum dispêndio para a Fazenda, já poderiam ter determinado que daqueles grandes armazéns da Administração do Pôrto do Lisboa (interposto de Santos), fôsse concedida uma parte para que a descarga do peixe se fizesse mais fàcilmente, concorrendo com isto para que o peixe se pudesse vender mais barato,

Êsses armazéns são o A e o G, que confinam com o mercado e cais do descarga do peixe e que, segundo me parece, podia a Administração do Pôrto de Lisboa dispensar, sem lhe lazer falta para o seu tráfego e armazenagem.

Uma parte dêstes armazéns, repito, poderia ser cedida som grande prejuízo; o, assim, os vapores poderiam mais ràpidamente descarregar o peixe, o que não só o baratearia, como também ocasionaria que êle se comesse mais fresco, pois que há vapores que, quando aqui chegam, já trazem quinze o vinte dias de viagem e com peixe pescado ha mais de vinte dias.

O Sr. Ministro da Agricultura (Amarai Reis) (interrompendo): - Agora desde que se conseguiu que a Câmara não mande descarregar o lixo no local onde os vapores costumam descarregar o peixe, o serviço faz-se com muito mais facilidade, e assim já podem descarregar dois vapores ao mesmo tempo.

O Orador: - Disso ainda o Sr. Ministro que a agricultura merece protecção.

Eu também entendo que se deve proteger a agricultura; mas pregunto a S. Exa. qual a razão por que, não produzindo a agricultura portuguesa o trigo necessário ao consumo do País, e por conseguinte não chegando a farinha, se não permite a sua importação?

Creio que, permitindo-se a importação da farinha, não seria a agricultura a prejudicada, mas apenas a moagem.

E esta a única prejudicada e mais ninguém, com a concorrência da farinha exótica.

O Sr. Ministro da Agricultura (Amaral Reis) (interrompendo): - Nós, com isso, mio barateávamos nada o pão, e naturalmente o que tínhamos era de cobrar maior diferencial.

O Orador: - Não se barateava mais o pão?

Então a farinha exótica não é muito mais barata e melhor do que a que a moagem fornece?

O Sr. Presidente (interrompendo): - V. Exa. pediu a palavra para explicações, o afinal já há bastante tempo que está usando dela, o em diálogo com o Sr. Ministro da Agricultura.

Assim não pode ser.

O Orador: - Peço desculpa a V. Exa., e dou por terminadas as minhas considerações.

O Sr. Morais Carvalho (para interrogar a Mesa): - Sr. Presidente: eu pregunto a V. Exa.; só já há número suficiente para tomar deliberações, e, no caso afirmativo, pregunto também a razão do ainda se não estar discutindo o parecer da comissão de finanças relativo à selagem, marcado para antes da ordem do dia.

O Sr. Presidente: - Eu apenas, como já disse há pouco, dei a palavra para explicações ao Sr. Tavares de Carvalho.

Agora vou dar a palavra a um Sr. Deputado que a pediu para um "negócio ur-