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10 Diário da Câmara dos Deputados

todos aqueles que querem semear a guerra política para satisfação das suas ambições.

É necessário que mostremos ao País que catamos todos dispostos a utilizar os meios para resistir à guerra, não para provocar a luta, mas para manter a ordem à custa de todos os sacrifícios e alcançar a paz política tam necessária nesta hora em que estamos quási a tocar e cimo do Calvário.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Sá Cardoso (para explicações): - Sr. Presidente: quando há dias se publicou um manifesto do Partido Nacionalista, tive a intenção de pedir a palavra nesta Câmara para rebater algumas das afirmações contidas nesse manifesto.

Não o fiz porque, estando ausentes da Câmara os Srs. Deputados pertencentes àquele partido, se me afigurou que em tais condições não havia grande oportunidade.

Estava resolvido a aguardar o regresso de S. Exas. Hoje, porém, em presença do discurso que acaba de ser proferido pelo Sr. João Camoesas, entendo que chegou o momento de eu dizer também da minha justiça, visto que no manifesto a que me referi, partindo de permissas erradas, se bordam Considerações que não são verdadeiras, mas que nem por isso deixarão de causar grande impressão, no espírito público, tanto mais que essas considerações são deduzidas com grande habilidade.

Refiro-me ao caso de no manifesto se afirmar que o Chefe do Estado havia contribuído para a scisão do Partido Nacionalista, encarregando o Sr. Álvaro de Castro, meu ilustre leader, de organizar Govêrno.

Isto é absolutamente inexacto!

Apoiados.

O Sr. Álvaro do Castro foi encarregado de formar Govêrno quando pertencia ao Partido Nacionalista, mas teve de declinar êsse encargo, visto estar em desacordo absoluto com as ideas que êsse partido preconizava, tendo comparecido antes numa reunião do Partido Nacionalista, à qual ou não assisti, porque já de há tempo só vinha esboçando um desacordo.

De seguida o Sr. Álvaro de Castro abandonou o Partido Nacionalista, acompanhando-o todos aqueles que, como eu, concordavam com a política de S. Exa.

Passou-se isto na noite de 15.

Foi nessa noite que se deu a scisão.

Quando o Sr. Presidente da República, no uso de um dos seus legítimos direitos (Apoiados), encarregou o Sr. Álvaro do Castro de formar Govêrno, segundo as indicações constitucionais, encargo que S. Exa. aceitou, já o Sr. Álvaro de Castro não pertencia ao Partido Nacionalista A cisão já estava feita.

Em nada contribuiu para ela o Sr. Presidente da República.

A scisão deu-se por motivo de desacordo de ideas.

Era necessário dizer isto para que a verdade seja conhecida.

Também no manifesto se afirmam duas cousas que considero falhas de verdade.

Diz-se que a Câmara tinha votado contra a política financeira do Sr. Álvaro de Castro.

Não é exacto.

O que a Câmara disse foi que o Governo do Sr. Álvaro de Castro não convinha, mas que a sua política financeira devia manter-se.

Foi assim que se fez o Ministério do Sr. Rodrigues Gaspar o depois o do Sr. José Domingues dos Santos

Esta é que é a verdade.

Diz-se também no manifesto que, quando foi derrubado o Ministério do Sr. José Domingues dos Santos, se formara aqui um bloco das direitas.

Não o vi.

Mas se tal bloco se formou, o natural era que dêsse bloco saísse o novo Govêrno.

Ora não me consta que o Partido Nacionalista indicasse a formação dum Govêrno saído dêsse bloco. Antes vi a declaração que foz de que por si só assumia as responsabilidades do Poder desde que lhe fossem dados os meios constitucionais.

Era a negação do tal bloco das direitas.

Tenho dito.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): - Sr. Presidente: basta estar à frente da República Portuguesa o inconfundível ci-