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Sessão de 13 de Março de 1925 25

ceira e administrativa, como aliás quási todos os planos do administração.

Vou ler à Câmara umas pequenas instruções sobro a parte administrativa, isto é, sôbre a elaboração do plano orgânico das Colónias.

Era primeiro nas colónias, como era de toda a justiça, que se estavam elaborando os planos parciais que, reunidos depois no Ministério das Colónias, serviriam então para que aqueles que, de facto, podiam sôbre cada colónia emitir uma opinião autorizada, constituíssem não uma comissão, mas sim um grupo que auxiliasse o Ministro na revisão dêsses planos parciais, e fosso então elaborado osso plano geral, que tinha do atender aos elementos do ligação entro as Colónias e a metrópole.

Reputava eu que determinadas medidas, principalmente as relativas à vida de relações, fossem somente manejadas no Ministério das Colónias, porque a metrópole, dando a descentralização administrativa às Colónias, não pode, de forma alguma, abdicar da sua função directora e fiscalizadora.

Apoiados.

Respondi assim, creio eu, às palavras do ilustro Deputado, Sr. Nuno Simões. E, tenho a certeza de que o Sr. Alto Comissário que for nomeado para Angola lá encontrará já elaborados os planos que servirão de ponto de partida para se formular o plano necessário ao desenvolvimento da Colónia, plano que, repito, é absolutamente necessário.

Uma das cansas do fracasso da administração do Sr. Norton de Matos provém exactamente da falta absoluta dum plano de acção.

Disse-se que era deficiente o plano de melhoramentos enunciado na minha proposta financeira.

Eu tenho a dizer a V. Exa., Sr. Presidente, como já foi declarado e muito bem pelo Sr. Ministro das Colónias, que não podia, numa proposta do financiamento, apresentar um plano completo do que seria necessário fazer para o ressurgimento de Angola.

No emtanto, terei muito prazer em defender perante a Câmara todas as obras enunciadas neste relatório, pois que indubitavelmente elas são as mais urgentes e aquelas do que pode advir aquele futuro

absolutamente promissor que a província de Angola nos pode oferecer.

Começarei por me referir ao porto do Loanda.

Havia um contrato realizado pelo Sr. Norton de Matos para a realização das obras dêsse porto.

O Sr. Norton de Matos, futurando fazer em Angola um empório colossal, pensou em construir em Loanda um porto magnífico, que satisfizesse a êsse objectivo.

O orçamento dessa obra era, relativamente à capacidade da colónia, também colossal, pois custaria 1 milhão de libras.

Nesses termos foi assinado o referido contrato.

Infelizmente, porém, não pôde realizar-se o que o Sr. Norton de Matos desejava e em dada altura, quando eu era Ministro das Colónias, os engenheiros construtores do porto de Loanda tiveram de retirar-se.

Pretendi eu que êsse porto tivesse as condições indispensáveis ao seu tráfego e assim orcei em 8:000 contos o acabamento das obras, para não perder o que já estava começado.

O porto do Lobito é, como, todos nós sabemos, o melhor porto da África Ocidental. O seu movimento, que já é importante, vai ser enorme quando as minas de Katanga estiverem em laboração.

O caminho de ferro de Loanda ofereceria em breve todas as possibilidades de uma melhoria grande na sua situação económica.

As informações que tenho sôbre êsse caminho de ferro são as mais favoráveis.

Calcula-se em 200:000 toneladas a quantidade de milho que poderá sair pelo porto de Loanda.

O caminho de ferro de Mossâmedes carece de sor substituído porque a sua linha está estragada. Estando já comprado o material, havia que empregá-lo nessa linha, a fim do ela ficar em condições de satisfazer às necessidades do tráfego.

A região de Gand, onde se encontram as antigas minas já exploradas no tempo do Marquês do Pombal, fica a 230 quilómetros da costa, margem esquerda do Zaire. O Sr. Norton de Matos visitou essas minas e creio que recebeu uma impressão desoladora.

Voltou a Loanda e não quis pensar-