O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 6 de Abril de 1925 7

veito têm servido, só a êstes tem também aproveitado.

Como diz S. Exa., e toda a gente tem observado, estão mal fornecidos e só têm servido para aumentar a carestia da vida, porque não são os últimos a aumentar os preços dos géneros logo que se nota qualquer tendência para subida de preços, nos locais de produção.

O Sr. Ministro da Agricultura (Amaral Reis): - Sr. Presidente: eu desejo apenas levantar algumas palavras do ilustre Deputado, Sr. Tavares de Carvalho, que possam representar qualquer censura aos funcionários do Comissariado dos Abastecimentos.

A verdade é que, com um capital tam insignificante, é impossível exercer-se uma acção regularizadora; com um comércio poderoso...

O Sr. Tavares de Carvalho (interrompendo): - Se V. Exa. reconhece que é impossível...

O Orador: - Não está nas mãos dêsses funcionários, porque não têm os elementos que eram indispensáveis.

Pelo que respeita a requisições, devo declarar a V. Exa. que não se estão fazendo de qualidade nenhuma.

Disse também V. Exa. que se tinham distribuído gratificações, que de facto se distribuíram.

Mas só uma merece menção, que foi dada a um funcionário, como justa recompensa pelo seu trabalho.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Tavares de Carvalho: - E essa recompensa foi merecida.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Vitorino Godinho): - Sr. Presidente: e pedi a palavra apenas para responder ao Sr. Tavares de Carvalho.

Já quando um dia dêstes S. Exa. chamou a minha atenção para a circunstância de se jogar em Lisboa - o que S. Exa. peremptòriamente afirmou - eu transmiti ordens com todo o rigor às autoridades competentes para se reprimir qualquer tentativa de jôgo.

E possível pois que um ou outro caso isolado possa surgir, mas eu estou convencido de que o jôgo será reprimido em qualquer ponto do País.

Como a organização da polícia é muito deficiente, e não pode pois acudir fàcilmente a todos os lados, é possível, repito, que um ou outro caso apareça, mas isoladamente.

O Sr. Tavares de Carvalho (interrompendo): - V. Exa. dá-me licença?...

Eu tenho conhecimento de que um indivíduo, interessado na conservação das casas de jôgo, disse que se estavam querendo fechar as casas de jôgo mais modestas, as "pataqueiras" (permita-me V. Exa. o termo), conservando-se as outras casas abertas.

Se assim é, eu protestarei ainda muito mais energicamente.

Todas essas casas devem ser igualmente reprimidas, não exceptuando aquelas que se julgam mais poderosas, que nos salpicam com a lama dos seus automóveis.

Protestarei, sim, contra êsses que nos desonram no que temos de mais caro, e que para ali levam muitas mulheres corrompidas, que contribuem por sua vez, para agravar o mal estar geral, vindo buscar ao consumidor aquilo de que precisam para satisfazer os seus caprichos e o seu luxo.

O Orador: - Estou inteiramente de acordo com V. Exa.

Todas essas classes devem ser reprimidas e sê-lo hão.

Tenho dito.

O discurso se á publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Baltasar Teixeira: - Sr. Presidente: no sábado passado morreu o professor Borges Grainha. Não era uma figura banal na nossa sociedade; era um professor distintíssimo, um conhecedor profundo das matérias que ensinava aos seus alunos.

Quer nas suas aulas, ensinando, quer pelos livros que publicou, o professor Borges Grainha pode ser considerado co-