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10 Diário da Câmara dos Deputados

ção dos serviços de estradas, que não merece elogios.

O Orador: - Entendo que uma rigorosa aplicação do imposto do turismo constituirá um grande passo para a solução do problema das estradas.

Tenho dito.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Ferreira de Simas): - Em resposta às considerações que acaba de fazer o Sr. Cancela de Abreu, sôbre a minha atitude na sessão nocturna em que se tratou do problema das estradas devo dizer a S. Exa. muito claramente que não tenho razões para condenar o sistema actual adoptado e seguido pela Administração Geral das Estradas.

Simplesmente os seus esfôrços são estéreis porque a reconstrução das estradas é como a guerra: sem dinheiro nada se pode fazer.

Com os materiais e os ordenados quintuplicados e sem recursos e o que quere S. Exa. que faça a Administração Geral das Estradas?

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Vitorino Godinho): - Sr. Presidente: pedi a palavra para dizer ao Sr. Cancela de Abreu que desconhecia tam pormenorizadamente como S. Exa. expôs os factos ocorridos numa freguesia de Mortágua. Desconhecia tanto êsses pormenores como desconheço o termo "canhotice" com que S. Exa. os classificou, têrmo que não está no dicionário da Academia, mas que pode ser vernáculo...

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: - É vernáculo pelo menos na terminologia democrática.

O Orador: - Pode o ilustre Deputado estar certo de que em quanto eu estiver neste lugar farei tudo para que a manutenção da ordem seja um facto.

Vou procurar saber oficialmente o que se passou em Mortágua e, averiguadas as responsabilidades, eu procederei como fôr de justiça.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: - Agradeço as explicações dos Srs. Ministros do Comercio e do Interior, cujas providências fico aguardando.

Quanto às afirmações feitas pelo Sr. Ministro do Comércio de que sem dinheiro a Administração Geral das Estradas nada pode fazer, eu devo dizer a S. Exa. que se não tivessem acabado com os cantoneiros o estado das estradas não seria tam mau...

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Ferreira de Simas): - Ninguém acabou com os cantoneiros. Êles é que não aparecem, porque ninguém se sujeita a ganhar 4$50.

O Orador: - Paguem-lhe melhor e obriguem a trabalhar os que existem.

O Sr. Presidente: - O Sr. Baltasar Teixeira propôs que na acta em sessão de hoje se lance um voto de sentimento pela morte do professor Borges Graínha.

O Sr. Viriato da Fonseca: - Sr. Presidente : pedi a palavra para em nome do Grupo da Acção Republicana me associar ao voto de sentimento proposto pelo Sr. Baltasar Teixeira, pela morte do professor Borges G rainha.

O Sr. Carvalho da Silva: - Julgo desnecessário, Sr. Presidente, dizer a V. Exa. e à Câmara que sentimos sempre a morte de qualquer pessoa, mas êsse facto não nos pode levar a aprovar um voto de sentimento cuja razão não alcançamos.

A nossa discordância não resolve qualquer matéria de ordem política, e para que essa impressão não possa ficar no espírito de ninguém, lembrarei à Câmara que ainda não há muito, quando nesta Câmara se discutiu um projecto colocando no Liceu Passos Manuel o Sr. Borges Grainha, a minoria monárquica não lhe negou o seu voto.

Mas como entendemos que se trata de um precedente que não tem na verdade razão de existir, pois a verdade é que tantas pessoas ilustres têm falecido sem que a Câmara delas se tenha lembrado, não damos o nosso voto à proposta feita pelo Sr. Baltasar Teixeira.

Tenho dito.