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26 Diário da Câmara dos Deputados

mara que hoje vêm aqui combater a Legião Vermelha, direi, sem incorrecção, que têm responsabilidades, porque pretendem ser conservadores.

Não podem consentir que um homem ande a agitar ideas do norte ao sul do País.

Apontemos o êrro para corrigi-lo; mas não há o direito de ter o nome de republicano quem se esquece do prestígio que se deve à República, pregando a ordena a liberdade.

Não podem fazê-lo.

Fazendo o, atraiçoam a República.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O, Sr. Afonso de Melo: - Sr. Presidente: era meu intuito usar da palavra pelo menos nesta altura do debate.

Supunha eu que um debate político travado nas condições em que êste o foi, teria logo de entrada a inscrição de oradores suficiente para que todas as nuances políticas dos diferem es lados da Cornara pudessem emitir opiniões sôbre os graves factos passados durante a suspensão de garantias constitucionais; e, se me apressei a pedir a palavra, foi porque receei que o debate ficasse encerrado, e se perdesse assim uma ocasião de esta Câmara fazer as afirmações que as circunstâncias exigem se façam em nome dos princípios constitucionais, mais ainda, em face do espírito republicano que a deve animar.

Infelizmente o Govêrno não sabe manter êste espírito.

O ilustre Deputado do Partido Republicano Português, que é alguém nesse Partido pelo valor e espontaneidade da sua palavra, e pelo lugar de destaque que ocupou na governação pública o Sr. João Camoesas, ao ouvi-lo julguei erguesse a sua voz e a colocasse nitidamente perante os seus correligionários que hoje ocupam as cadeiras do Poder, mostrando uma atitude de respeito pelos bons princípios que seria próprio e digno de um Deputado de boa tradição democrática.

Sr. Presidente: a obra do Govêrno, neste período de interregno parlamentar, caracterizou-se por dois aspectos essenciais: a inutilidade e o desrespeito pela Constituição.

Não é nesta hora adiantada da sessão, quando apenas faltam creio que dois minutos para que seja ordenado o seu. encerramento, que eu posso entrar na demonstração do assunto que acabo de fazer.

Todavia, não quero deixar passar êstes breves dois minutos, sem fazer, desde já, uma afirmação puramente pessoal que pode, até certo ponto, marcar ou definir a minha atitude adentro dêste debate.

Sr. Presidente: não sou daqueles Deputados a quem se possa aplicar, como um ferrete ou simples dístico, as palavras que o Sr. João Camoesas acabou há pouco do proferir.

Eu não creio que, entre nós, um só Deputado haja, seja êle qual fôr, que possa deixar-se dominar no cumprimento daquilo que êle julga ser o seu indeclinável dever, de fiscalizar os actos do Govêrno, por um sentimento pequeno, estrito, indigno mesmo de um homem que ocupe êstes lugares.

Pela parte que me foca, se há pessoa que em todos os actos da sua vida procura examinar o procedimento dos outros com serenidade, colocando-se o mais possível fora dôste mar revolto de paixões, sou ou uma delas.

Apoiados.

O Sr. Presidente: - V. Exa. deseja concluir o seu discurso ou ficar com a palavra reservada?

O Orador: - Se V. Exa. me permite, fico com a palavra reservada.

O orador não reviu.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. Carvalho da Silva: - Sr. Presidente: desejo chamar a atenção do Sr. Presidente do Ministério, para dois assuntos, sôbre os quais me apresentam reclamações.

Como V. Exa. sabe, já êste ano saiu para a pesca do bacalhau muito menor número de navios, quer pela importância dos impostos lançados, quer pelas circunstâncias a que esta indústria está sujeita.

Assim, vinte e tal navios não saíram para a pesca.

Apesar dêste facto, dizem me que na capitania do porto é feita a exigência do pagamento da taxa anual para que os tripulantes possam matricular-se.

Como esta exigência causa graves transtornos, eu peço ao Sr. Presidente do Mi-