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Sessão de 15 de Junho de 1925 27

apenas por circunstâncias que reputo absolutamente passageiras.

Não contesto a parte em que S. Exa. diz ter um grande amor por Macau e pelo problema português naquela colónia.

Macau não é outra cousa, afinal, senão ura, grande porto. Se não fora o porto, Macau não tinha razão de existir.

Não há o problema de Macau: há apenas o problema do porto de Macau.

Como é que eu vi o problema do porto, desde a primeira hora que o abordei?

Fui para Macau em 1913. Encontrei Macau sem que o problema do seu porto fôsse estudado. Estudei êsse problema; e num determinado momento, tive ocasião de o ventilar. Fui ouvido com sorrisos e ironias, pouca confiança nas palavras que proferi.

Vim então aqui à Câmara dizer o que entendia sôbre o problema de Macau.

E escrevi o que vou ler.

Quero dizer, Macau, pela sua situação geográfica, pela densidade da população. encontra-se em posição, no mar da China, para que o seu porto esteja em condições de poder dar abrigo à navegação.

O Sr. Presidente: - Tem V. Exa. nas 4 minutos para concluir as suas considerações.

O Orador: - Terminando esta parte das minhas considerações, quero dizer hoje o que disse em 1917. E que as colónias não têm apenas importância pelo seu território, mas também, e principalmente, pela sua situação comercial, pela sua posição geográfica e pela densidade da sua população.

Macau, especialmente, está nestas condições.

Sr. Presidente: amanhã, mais desenvolvidamente, direi à Câmara quanto se me afigura certa o segura a orientação dada pelo ex-governador do Macau à questão do porto dessa nossa colónia.

E visto o adiantado da hora, ficarei com a palavra reservada, suspendendo por aqui as minhas considerações.

Tenho dito.

O orador não reviu.

A moção será publicada guando te proceder à sua admissão.

Antes de se encarar a sessão

O Sr. Carvalho da Silva: - Sr. Presidente: começam a manifestar-se pelos diversos pontos do País, ainda com mais intensidade do que até agora, os primeiros efeitos da liberdade de que, em matéria eleitoral, o actual Govêrno promete usar, paru vencer eleições, contra os eleitores do País.

No círculo de Vila Franca, no concelho de Alenquer, estão-se exercendo verdadeiras violências contra os eleitores que não são partidários do Govêrno.

Assim, não só como político, mas até simplesmente como homem de bem, tenho de chamar a atenção do Sr. Ministro do Interior para que o delegado do Govêrno daquele concelho não continue a exercer perseguições contra pessoas honestas que gozam do mais justificado prestígio nesse concelho.

Sr. Presidente: um médico do concelho que está actualmente filiado no Partido Nacionalista, mas que ainda há pouco tempo se dizia filiado na causa monárquica, tem um jornal em que faz acusações das mais gratuitas contra pessoas gradas dêsse concelho. Ainda há pouco até, tendo-se realizado uma quermesse a favor da Misericórdia de Alenquer, cuja organização era dum grupo de senhoras, êle se permitiu naquele, jornal fazer acusações a essas senhoras. Como era natural, o mando duma delas encontrando-o, fez parar o carro em que êle seguia e perguntou-lhe se sabia se a sua esposa fazia parte da comissão de senhoras. Respondeu-lhe o médico que sim, mas que nenhumas satisfações dava, e ao mesmo tempo tirou da algibeira uma pistola, afirmando que só com ela podia dar satisfações ou explicações. Aproximaram-se, então, várias pessoas no intuito de evitar um conflito mais grave, mas o médico, com o chicote, agrediu uma delas, fustigando depois os cavalos por forma a não poder ser atingido, seguindo numa carreira desordenada com o carro e disparando a pistola para cima daquelas pessoas, uma das quais era o seu cunhado. É claro que, em face desta atitude, essa pessoas resolveram defender-se a tiro. Pois o módico foi queixar-se a Vila Franca, e essas pessoas foram todas incomodadas.