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6 Diário da Câmara dos Deputados

urgência por parte do Govêrno. Corre pela pasta da Guerra.

Disseram ontem os jornais que os prisioneiros que se encontram no forte de Elvas fizeram requerimentos ao Ministério da Guerra a propósito da alimentação.

Os jornais bordam considerações sôbre êsse facto. Como sucede ser um tema que é costume ser explorado com frequência e, porventura, se presta a especulações políticas que não convêm no actual momento, julgo conveniente que o Sr. Ministro da Guerra, que nesta altura deve ter o conhecimento exacto do que se passa, diga à Câmara o que realmente sucedeu no forte do Elvas, para que as especulações se não produzam.

Como o Sr. Ministro da Guerra não está presente, e eu julgo que é necessário esclarecer êste caso de pronto, peço ao Sr. Ministro do Interior a fineza de comunicar ao seu colega da Guerra o meu desejo de que a Câmara e o País sejam esclarecidos ràpidamente sôbre o assunto, a fim de evitar que se façam especulações políticas sôbre um caso que, estou absolutamente certo, não tem fundamento.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Vitorino Godinho): - Cumpre-me dizer ao Sr. Jaime de Sousa que satisfarei os desejos de S. Exa., isto é, que comunicarei ao meu colega da Guerra as suas considerações.

Tenho dito.

O Sr. Alberto Cruz: - Peço a V. Exa. Sr. Presidente, se digne consultar a Câmara sôbre se permite que os projectos de lei n.ºs 846 e 847 sejam discutidos antes da ordem do dia, mas, com prejuízo dos oradores inscritos, visto que, se assim não suceder, e êles continuarem incluídos no período de "antes da ordem do dia", sem prejuízo dos oradores, certamente nunca mais serão discutidos.

O Sr. Sousa da Câmara: - Sr. Presidente: eu peço ao Sr. Ministro do Interior a fineza de, em resumo, transmitir ao seu colega do Trabalho as considerações que eu vou fazer.

Em Lisboa, sobretudo nos bairros de Alcântara e Ajuda estão-se fazendo umas explorações de guano, que são tudo quanto há de mais grave para a saúde pública. Aquela indústria está ali sendo explorada como se estivéssemos no tempo do pai Adão.

Fazem apodrecer o guano por meio da água, e, assim empestam aquelas duas regiões.

Apesar de várias entidades oficiais e de alguns dos habitantes daqueles bairros terem já reclamado providências contra o facto, continua ainda tudo na mesma, isto é, quando continua a explorar-se de uma maneira irregularíssima.

Na Inglaterra, na Noruega e na Suécia há uma exploração enormíssima de guano.

E ela faz-se sem as emanações deletérias prejudicarem seja quem fôr, porque se empregam autoclaves onde se faz a redução a soco, e, onde o guano é preferível, visto que chega a aparecer no mercado com 8 por cento, ao passo que os nossos guanos não têm mais de 1 por cento, indo o rosto para as pituitárias dos habitantes.

Nestas condições, eu peço providências ao Sr. Ministro do Trabalho, porque quem não tem capitais para explorar qualquer indústria, não a explora, e especialmente esta que, pela maneira como está sendo exercida, bastante incomodativa e prejudicial está sendo a muitas pessoas.

Se êsses indivíduos desejam realmente fazer essa exploração, que consigam os capitais necessários para adquirir os materiais precisos, como de resto se faz em todos os países cultos.

Quem não pode não se mete a explorar estas indústrias.

Peço a V. Exa. para transmitir ao Sr. Ministro do Trabalho estas minhas considerações.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior, (Vitorino Godinho): - Ouvi a exposição do Sr. Sousa da Câmara e vou apressar-me a transmitir ao Sr. Ministro do Trabalho as suas considerações que me parecem de todo o ponto justas.

Com a maior urgência vou transmitir ao Sr. Ministro do Trabalho as considerações de S. Exa.