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Sessão de 16 de Junho de 1925 11

Macau tem todas as condições para poder viver sem auxílio estranho, embora deva dizer que se podia lazer uma cooperação entre portugueses, chineses e ingleses.

Argumenta-se com a questão de Mormugão, mas evidentemente que Mormugão não é a mesma cousa.

Sob o ponto de vista político Mormugão é absolutamente diferente de Macau; são dois portos destinados a servirem hinterlands diversos, cada um de sua nacionalidade.

Recear, portanto, para Macau o insucesso de Mormugão, é ignorar as condições geográficas, as condições económicas e as condições políticas dum e doutro porto, condições que são diametralmente opostas.

E fácil, às companhias de caminhos de ferro da índia isolarem e fazerem guerra ao nosso porto de Mormugão, porque todas elas estão sob a administração superior de Bombaim; mas em Macau não pode suceder o mesmo.

Sr. Presidente: eu sustento que as possibilidades de Macau são tam grandes que, uma vez construído o seu porto, o sucesso dessa colónia irá gradualmente sendo maior.

Receou o Sr. Rodrigo Rodrigues que em Macau acontecesse o mesmo que sucedeu em Mormugão e por isso aconselhou para Macau um entendimento com os vizinhos.

Como já demonstrei, o caso de Macau não é idêntico ao de Mormugão; mas ainda que assim fôsse não era aconselhável para Macau o regime que adoptámos para Mormugão o que tam maus resultados deu.

Mormugão serve um hinterland dum País que não é aberto ao comércio como a China, ao passo que o porto de Macau está em condições completamente diversas.

O caso de Lourenço Marques também não tem comparação com Macau; concorre com os outros portos para o hinterland e da África do Sul.

Não tenho dúvidas sôbre o êxito do porto de Macau.

Mas querem V. Exas. ver o que vale o pôrto de Macau, apesar do abandono a que foi votado e do seu açoreamento?

Em Lourenço Marques havia um movimento de 1:414 embarcações antes da guerra, mas em Macau êsse movimento era de 11 ou 12 vezes mais.

Os passageiros que durante o ano se servem do porto de Macau podem computar se em 500:000.

Assim, vê V. Exa., Sr. Presidente, o que valia o pôrto de Macau, abandonado e assoreado, no tempo em que êstes números foram colhidos, em comparação com um porto que tem custado tanto dinheiro à nossa administração colonial. E se compararmos também Macau com Mormugão, então a diferença é enorme.

O que prova isto, Sr. Presidente?

Isto prova o seguinte:

E que há possibilidades reais na exploração do porto de Macau, e que esta colónia tem condições de vida própria, sendo, quanto a mim, para lamentar a grande falta de fé - se é que a houve do antigo governador, supondo que Macau não podia viver e vingar por si mesma.

Reparem ainda V. Exa. as nestes números, que são interessantes:

Leu.

Ora imaginem V. Exas.: 47 milhões de patacas, ao valor médio da pataca nesse ano, ou sejam 12$, são uma cousa parecida com 600:000 contos. Quere dizer, é a sexta parto do movimento comercial de Portugal, visto que esto foi de 2.785:000 contos nos primeiros nove meses do ano de 1924, o que equivale a um total anual do 3.713:000 contos. E isto havendo ainda a atender que Macau tem apenas um comércio especial, visto que não é um porto de trasbordo do passageiros ou de mercadorias. E isto, repito, com um pôrto quási completamente abandonado e açoreado.

Quando eu estive em Macau, e uma vez ali foi o Adamastor, nós sabíamos que êle ali estava, mas não havia maneira de o vermos, tam longe êle teve de ficar, devido ao porto não ter fundo suficiente para elo se poder aproximar.

Quere dizer, o porto, apesar de apenas poder trabalhar com barcos de pequena tonelagem, tem êste movimento que V. Exas. acabam de ver.

E como não havia de ser assim se o delta do Sikiang é das regiões mais populosas do mundo?

Como não havia de ser assim, sabendo nós que, das povoações do delta, Cau-