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12 Diário da Câmara dos Deputados

tão é um dos centros mais populosos do Oriente, havendo depois uma sério de pequenas cidades, todas elas, com 80:000, 90:000, 100:000 habitantes, e ligadas umas às outras?

Como se pode então conceber a falta de fé, a falta do crença, se houve falta do fé o de crença da parte do ex-governador, supondo que Macau não podia viver por si?

Sustento o seguinte: que tanto Hong-Kong como Macau podem viver no delta pelas razoes que acabei de apontar.

Sr. Presidente: repare V. Exa. e repare a Câmara que tanto Hong-Kong como Macau hão-de viver como portos livres; ha-de ir a Macau quem quiser ir a Macau, assim como há-de ir a Hong-Kong quem quiser ir a Hong-Kong.

É ver o movimento comercial de Hong-Kon, onde coustantemento há um grande número de navios ingleses, mas toda a gente sabe que no Extremo Oriente o movimento comercial americano, alemão o italiano é igual ao movimento comei ciai de Inglaterra.

Ainda que Hong-Kong consiga garantir para si a maior parte do comércio inglês não há razão para que o comércio que não seja inglês não vá a Macau.

Sr. Presidente: eram estas as considerações que tinha a fazer no que respeita ao porto; pelo que diz respeito ao caminho do ferro não posso também deixar de fazer alguns reparos à nota que foi aqui tornada pública, enviada pelo ex-governador de Macau à colónia vizinha do Hong-Kong.

Nessa nota sugestionava se a construção do caminho de ferro de Macau, não .para. Cantão, como era a aspiração da nossa colónia, mas para noroeste.

Pretendia ou alvitrava o Sr. ex-governador que o caminho de forro do Macau não se dirigisse para o norte, para Cantão.

Sr. Presidente: ou não sou capaz do compreender a razão dêste traçado, e muito gostava que o Sr. Ministro das Colónias me explicasse. Tanto mais que o traçado primitivo constituía afinal o objectivo da colónia.

Acresce ainda que êste traçado é feito com a preocupação constante do não fazer concorrência ao caminho de ferro de Hong-Kong a Cantão.

Mas pregunto: então não temos o direito à, vida no Extremo Oriente?

Para que semelhante preocupação?

Então vamos fazer um caminho de ferro, não para uma região rica, mas para uma região afastada dos centros comerciais, e, consequentemente, destinada a um insucesso sob o ponte de vista comercial?

Repare V. Exa., Sr. Presidente, e a Câmara, neste ponto de capital importância, tanto mais que esta questão não pode ser vista isoladamente do problema dos caminhos do forro da China, por isso que no dia em que o caminho de ferro de Hong-Kong a Macau fôr orientado para o norte, deve ter um formidável movimento.

Sr. Presidente: existem ainda razões de ordem local que são muito para ponderar na questão do traçado de caminho de ferro ser isto para o norte ou noroeste.

V. Exas. compreendem que é um grande absurdo económico ligar dois portos por em caminho de forro, apenas para servir um deles, o no caso presente é a essa conclusão que se chega.

Toda a gente sabe que José de Azevedo, no tratado que fez com a China, mas que não chegou a ter efectivação, reconhecia o direito a Portugal de explorar o caminho de forro de Macau a Cantão, política esta que deve ser seguida, porque, se nos integrarmos no caminho do ferro central chinês, valorizaremos o porto do Macau.

Sendo assim, como se explica esta variante para noroeste?

Sr. Presidente: eram estas pequenas considerações que desejava fazer, simplesmente anotações ao plano económico do antigo governador, uma das quais diz respeito à exploração do porto e a outra ao traçado do caminho de ferro.

Ainda sôbre a questão de delimitação, eu quero proferir breves palavras, a propósito de algumas referências feitas ontem pelo Sr. Ferreira da Rocha.

Sr. Presidente: sôbre esta importante questão é preciso não esquecer que devíamos fazer girar toda a nossa política em volta da nossa posse secular do porto interior de Macau.

Eu bem sei que não temos nenhumas probabilidades de convencer os chineses, mas como êste problema, mais tarde ou