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6 Diário da Câmara dos Deputados

Só o Sr. Ministro do Interior, em vez do só referir na Câmara às calúnias que tive do repelir quando aludi a esto assunto, tivesse tratado com cuidado da questão, que não é do lana caprina, porque afecta gravemente a economia pública, não chegaríamos ao actual estado de cousas, com desprestígio para os tribunais.

Só o Sr. Ministro do interior tivesse procedido, como fez o Sr. Sá Cardoso, não teriam aqueles povos sido espoliados dos seus haveres.

Mas o Sr. Ministro do interior pôs do parte os seus compromissos, não se importando de fazer respeitar; independência do Poder Judicial o fazer cumprir as leis que o Parlamento vota.

Contra esta atitude lavro o meu protesto o quero que S. Exa. n diga, de uma maneira, categórica se os assaltos os searas, que haviam sido semeadas pelos povos dos montes, foram praticados com a cumplicidade da fôrça pública; se é verdade que as praças Já guarda republicana incitaram os povos do Rosmaninhal a devastar as searas que oram dos povos dos montes.

Peço ao Sr. Ministro do Interior, em nome do prestígio do Poder Judicial o do Poder Executivo, que mande fazer a apreensão imediata dos trigos que foram ceifados, entregando só àqueles a quem pertencem, em harmonia com as informações prestadas pelo Sr. governador civil.

E preciso que o Sr. Ministro do Interior assuma a responsabilidade dos actos que se estilo praticando e faça como fez o Sr. Sá Cardoso, quando Ministro do interior, não levou o caso a Conselho de Ministros.

E um caso que tem do ser tratado com cuidado, carinho e interêsse, pois de contrário teremos acontecimentos lamentáveis o até muito graves.

Aguardo as explicações do Sr. Ministro.

O orador não reviu.

O Sr. Francisco Cruz:- Sr. Presidente: vou ser muito breve. Estamos em faço de ama questão muito delicada e a propósito da qual se têm bolsado todas as infâmias, que felizmente não atingem o meu como, pois o meu carácter serve de couraça onde resvalam todos os boatos e calúnias.

Sr. Presidente: conheço aquelas terras palmo a palmo, pois por lá tenho andado muito à caça.

Conheço os acontecimentos, sei quem tem o direito à propriedade.

E preciso evitar que haja alteração da ordem pública, pois pode, de um momento para o outro, produzir-se um acontecimento grave.

Estabelece, se diálogo entre o Sr. António Correia e o orador.

O Orador: - Sr. Presidente: se ou fôsse Ministro do Interior não hesitava um momento em tomar a única resolução que o caso comporta: a nomeação de um tribunal com poder de sentença, que ouvisse as razões das partes em litígio e resolvesse em conformidade com a justiça.

O orador não reviu.

O Sr. António Correia (para explicações):- Conquanto eu, nas breves considerações que há pouco fiz, não tivesse provocado a intervenção do Sr. Francisco Cruz, intervenção um pouco fora das praxes parlamentares, visto S. Exa. ter pedido a palavra para explicações, embora o seu nome não tivesse sido pôsto em causa, eu folgo com que a verbosidade de S. Exa. me permita usar novamente da palavra para pôr as cousas nos seus devidos lugares.

Efectivamente alguns jornais tem bolsado toda a casta do calúnias o impropérios sôbre o nome de possuas que, sem o mais pequeno interêsse ou qualquer responsabilidade, tem tratado desta questão.

Já o disse na primeira vez que aqui tratei dêste assunto, isto é, quando interpelei o Sr. Ministro do Interior sôbre a atitude que tivera para comigo: não me incomodam as suspeições!

Tenho a minha consciência absolutamente tranquila porque me encontro naquele terreno firme que só pisam os homens do carácter.

Afirmou o Sr. Francisco Cruz que esta questão era nojenta, miserável e interesseira.

S. Exa. afirmou uma verdade, e exactamente porque é urna verdade é que é preciso resolvê-la sem delongas e sem facciosismos, dando inteira satisfação aos povos dos montes, que foram os primeiros