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28 Diário da Câmara dos Deputados

O Orador: - Eu preciso dar ao Sr. Américo Olavo nuca explicação à sua explicação.

S. Exa. afirmou que não tinha chegado ontem a tempo de poder intervir, e que aproveitara agora a minha deixa - e por sinal muito intempestivamente, visto que eu nem sequer me ia referir ao assunto - para fazer a sua tam desejada intervenção.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo): - A intervenção do Sr. Américo Olavo - apesar do eu conhecer S. Exa. como uma pessoa lealíssima - só a posso encarar como uma cilada, e só a posso atribuir à circunstância do S. Exa. ter pressa em mostrar ao Sr. Ministro do Interior uma solidariedade que de qualquer forma represento o seu agradecimento pelos favores do S. Exa., quanto à política da Madeira.

O Sr. Américo Olavo (interrompendo): - Eu sou incapaz de dizer uma cousa que não sinta, e as minhas palavras de há pouco disse-as porque sinto a injustiça do ataque do V. Exa. ao Sr. Ministro do Interior.

Mas só V. Exa. supõe que elas são apenas filhas do desejo de agradecer ao Sr. Ministro do Interior os seus pretendidos favores, eu tenho, então, a dizer que V. Exa. o ataca para se desagravar daquilo que julga ter sido uma perseguição de S. Exa.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo): - A simples afirmação de V. Exa. para destruir raciocínios é muito pouco.

Faça V. Exa. de mim o juízo que quiser. Só há pouco tempo do conhecimento detalhado do caso dos 240:000 francos; aliás há mais tempo que o teria trazido aqui.

Não é, porém, a insinuação de que eu pretendo desagravar-me do Sr. Ministro Interior que me fará calar.

O Sr. Américo Olavo: - Eu sei que alguns jornais e alguns políticos têm procurado espalhar que o Sr. Ministro do Interior tem prestado grandes favores políticos aos irmãos Olavos.

Devo dizer à Câmara o seguinte: não tenho nada a agradecer ao Sr. Ministro do Interior.

O Sr. Carlos Olavo: - Nem eu, ouça bom V. Exa. Nunca lhe pedi nenhum favor.

O Orador: - Sr. Américo Olavo, eu é que não tenho culpa do estado de irritação em que V. Exa. veio para aqui hoje!

A circunstância de ser companheiro de escritório, como advogados que somos os dois, do Sr. Carlos Olavo, poderia, de alguma maneira dar visos de verdade a esta atoarda.

Afirmo categoricamente a V. Exas. que no nosso escritório não trocamos uma palavra sôbre política.

Quem lida connosco sabe que assim é absolutamente.

Apoiados.

Nenhum de nós troca uma palavra sôbre política, pela simples razão de que, querendo ganhar honestamente a nossa vida, entendemos que devemos banir do nosso escritório qualquer cousa que nos possa desunir. Até mesmo, quando haja qualquer discussão entre um de nós e qualquer pessoa estranha, o outro não intervém nela.

Esta explicação era absolutamente necessária para o Sr. Ministro do Interior e para mim. S. Exa. naturalmente ficará satisfeito pela afirmação de não me ter feito favores, o eu porque não quero favores do Sr. Ministro do Interior.

Como se aproxima a hora do encerrar a sessão, peço a V. Exa. me reservo a palavra.

O orador não reviu, nem os àpartes tiveram a revisão dos seus autores.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. António Correia: - Sr. Presidente: chamo a atenção do Sr. Presidente do Ministério para uma notícia que hoje recebi da Câmara Municipal de Gavião, que me comunica que as trovoadas que passaram por aquele concelho arrazaram aquela região.

Assim também sucedeu em Nisa e Marrão, do distrito de Portalegre, que muito sofreram.

O distrito de Portalegre encontra-se numa situação desgraçada.

No primeiro concelho ficaram arrazadas arvores, hortas e pastagens.