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16 Diário da Câmara dos Deputados

Disse o Sr. Carvalho da Silva, e disso muito bem nessa parte, que existe entro S. Exas. e nós um profundo abismo. Realmento assim é, e êsse abismo é tam insuperável para S. Exa. como para nós.

Mas contra o que eu protesto é contra a afirmativa de que a razão está do seu lado.

Todos os Deputados republicanos podem acima dos interêsses partidários os interêsses do seu País. Acima de todos, os interêsses da Pátria, e depois os interêsses partidários. E este o lema de todos os lados da Câmara.

O Sr. Carvalho da Silva e os seus correligionários são, portanto, injustos quando dizem que só êles estão ao lado da Nação.

S. Exa. foi ainda injusto quando PO referiu aos nacionalistas. Esqueceu-se do que todos tora discutido com elevação os problemas magnos que aqui se têm ventilado.

Quási todos os meus correligionários aqui se fizeram ouvir sôbre as várias leis de carácter financeiro e económico, colaborando inteligentemente para que se limassem várias arestas dessas leis que, se assim não fôsse, iriam contundir fortemente o contribuinte.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem! muito bem!

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva (para explicações): - Sr. Presidente: o Sr. Sousa da Câmara interpretou mal as minhas palavras.

Eu não afirmei que os republicanos fossem todos igualmente responsáveis pelos escândalos da República. Sei muito bem distinguir.

A minha afirmação de que é um verdadeiro escândalo o que se gasta com parte do funcionalismo público, que não faz nada, mantenho-a absolutamente.

Foi o próprio correligionário do Sr. Sousa da Câmara, o Sr. Tomo de Barrou Queiroz, quem disse que havia muitos funcionários públicos que não tinham competência para exercer os seus lugares.

O caso dos Seguros Sociais Obrigatórios é bem frisante.

O Sr. Álvaro do Castro, quando foi Ministro, extinguiu êsse organismo e no emtanto êle continua a pesar no Orçamento Geral do Estado.

Eu reputo isto um escândalo.

Com respeito ao funcionalismo, S. Exa. veio dar-nos razão, porque disse que todos conhecemos, os que traiamos de orçamentos, que muitas das verbas do funcionalismo do Estado sobram.

Quando discutimos um orçamento de previsto, que não tem, como V.Ex.a disso, monos importância do que as contas do Estado, temos de determinar as despesas e o quantitativo das receitas.

Mas S. Exa. - e nisso tenho o maior desgosto, porque o estimo pessoalmente, e S. Exa. faz-me o favor de o reconhecer, porque me corresponde prezando-me também - S. Exa., por eu ter dito que o Partido Nacionalista está a apoiar o Govêrno, indignou-se.

Eu não sou injusto. A minoria nacionalista distingue-se da maioria democrática, porque são pessoas muito académicas, pessoas de largos conhecimentos.

A diferença consiste em que o Partido Democrático está no poder há 15 anos; e o Partido Nacionalista está há 15 anos fora do poder, na oposição, e não sei por quanto tempo ainda.

A continuação da sua política convém no Partido Democrático.

Vindo para aqui com êsses processos de Academia, para uma assembléa política, entregam ainda mais o Poder ao Partido Democrático, e nunca os alcançarão.

Então V. Exas. querem fazer vingar um determinado ponto de vista, uma determinada idea sem corresponder aos adversários com uma atitude que lhes crie dificuldades? Não pode ser.

V. Exas. são muito inteligentes, muito bem intencionados, mas não laxem senão ajudar os democráticos, razão por que ou digo que não são êsses os processos que se devem seguir em política, os processos que se devem usar no combate. Por muita consideração que tenha por V. Exa., e por todos os seus colaboradores, declaro francamente que não posso seguir os seus processos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: - V. Exa. Sr. Presidente, pode dizer-me