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A conceder-sê importaria o esquecimento de todas as disposições, mesmo as indicadas na lei de contabilidade de 1907, no que se refere à falta de Orçamento.

De inaneira que o Ministério que tivesse actualmente a dissolução não a poderia aplicar, sob pena de entrar num regime ditatorial" que melhor seria que fosse implantado pela força do que pelas normas constitucionais.

Diz-éé, sem razão, que o incidente de 1913 é completamente diferente porquê ã matéria então era da competência exclusiva do Senado, emquanto que eàta m&té-ria é dás dtias Câmaras. Mesmo que assim seja, basta que O Senado tenha essa competência para que nenhum Poder, dentro da República, possa anular ou o deva fazer.

Sendo assim a proposta de. adiamento tem logo de início uma base falsa, è é que ele vai ser concedido a uín Governo que ficou gravemente ferido no seu prestígio pelo voto dê desconfiança duma Câmara.

Não é um adiamento dado ao Poder .Executivo, porquê é proposto pelo Parlamento^ é portanto um adiamento dado.ao Parlamento no sentido de demorar as votações dos orçamentos.

^Não é ilógico que tendo o Parlamento prorrogado ás suas seásões até 15 dê Agosto vá agora perder oito dias deixando de votai certas medidas de finanças?

Absurdo é viver em regime dê duodécimos.

O essencial é que o Parlamento vote os orçamentos, sem os quais não há vida regular.

Nesta hipótese não votarei o adiamento, porque o não reputo essencial.

Lastimo', Sr. Presidente, que não seja possível estabelecer timâ tam larga harmonia dêntiò da República, que efectivamente, as qtiestôeá políticas possam ser resolvidas dentro do Parlamento ou péla agitação da opinião pública lá fora, sem que cheguem à superfície todas às" palavras de ódio, retaliação e vindita, quê só têm uni fim: dividir-nos; que só aproveitam aos nôSsofc inimigos ê aos1 inimigos da República, e quê não trazem para esta obra

uom tais palavras, p.ãõ podôinos' realizar às .nos&âs aspiraçÔèè de tornar gran-

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dê a República ê não conseguimos senão lançar no espaço gestos de agonia, manifestações de desalento. E digo isto com tanta inaior sinceridade, quanto é certo que há muito eu venho pregando a maior harmonia entre todos os republicanos, entre todos nós, lembrando só que", aqueles que se acolherem à bandeira da República e lhe quiserem dar o seu esforço sincero e honesto, serão bem recebidos, porquê reconhecemos que se alguns republicanos erraram, cedo sê arrependeram e vêem contritos trazer à República as suas homênagènSj a sinceridade do seu esforço ê estão prontos a dar por ela toda ã sua vida e todo o seu sangue.

Vo2es:— Muito bem, muito bem.

O Orador: — Seria injusto recusar à esses o nosso preito e á nossa homenagem. A Pátria bem carece do esforço dê todos os seus filhos integralmente. (Apoiados). . Eu faço votos, Sr. Presidente, para quê desta sessão todos saiam coin a convicção de que cada um pró curou-interpretar o melhor possível a sua sincera fé republicana, quê cada uni procurou trabalhar para a República, com inteiro desinteresse, e que vamos levar à todos 4\lê nos Hão ouvem a nossa cónviéçãò de que trabalharemos esforçadamente para conduzir a República à prosperidade qtíe desejamos e de que ela é digna.

E se hoje ao entrar nesta sala$ depois dê. lei palavras de ódio, levantando uma bandeira que não é a bandeira da República, mas a bandeira da revolta, em que se procuram acobertar quaisquer desígnios quê seria difícil exprimir aqui, se hoje áO entrar nesta sala, uma nuvem, porventura pesada, efectivamente perturbou o meu egpírítCj na ceftêza de que alguns factos graves sê podiam passar, porquê se sê pretender romper a Constk tuiçãò com um pé, essa rutura pode ser mais larga,—: agora tenho a esperança de que tudo se desvaneça*

Eu hoje sinto e nesta hora tejo,- que a consciência republicana de todos os que aqtíl estão se recusaria a admitir este facto.