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32 Diário das Sessões do Senado

prazer as declarações dos ilustres Senadores que usaram da palavra e declaro a V. Exa. que, se tivesse entrado nesta casa receoso de que o Senado recebesse mal o Govêrno, êsse receio desapareceria neste momento, depois de ouvidas as declarações que ouvi.

O Sr. Castro Lopes manifestou eu nome da maioria o seu desagrado pela solução da crise. Quem o não manifesta no nosso país?

Quando uma crise se tem de resolver por manifestações que por fôrça hão-de ser escutadas, que não são manifestações unânimes; quando num regime parlamentar se têm de ouvir pessoas que não fazem indicações através do Parlamento o patriotismo determina aos próprios legisladores que aceitem essas indicações, pois o contrário só pode trazer o perigo para as instituições e para a nacionalidade. (Apoiados).

Não agradou á maioria, representado, pela voz autorizada do Sr. Castro Lopes, ainda que eu julgue que S. Exa. só expressou a opinião duma parte cessa maioria, a solução da crise. Mas Só Exa. prometeu o seu apoio ao Govêrno e prometeu-o porque nem S. Exa. nem todos aqueles que como S. Exa. pensam, aduziram qualquer idea para que o condito se solucionasse doutra forma.

Agradeço tambêm, Sr. Presidente, aos ilustres Senadores Srs. João José da Cotia, Carneiro de Moura, Mário Monteiro, Adães Bermudes, Severiano da Silva, Oliveira Santos e Pinto Coelho, as suas declarações, feitas por uma forma verdadeiramente levantada e por virtude das quais eu concluo, Sr. Presidente, que não concordando alguns Srs. Senadores com a solução encontrada, aguardam no emtanto os actos do Govêrno para sôbre êles se pronunciarem.

Satisfazem-m e essas declarações. O Govêrno manifesta-se pelos seus actos. As suas casas do Congresso apreciam êsses actos e definem a sua atitude perante o Govêrno, consoante êste proceda bem ou mal.

Esta é a boa doutrina, doutrina republicana, a doutrina que o sustento.

E, quando a indicação parlamentar me disser que êste lugar deve ser reservado para outro, eu imediatamente apresentarei ao Sr. Presidente da República a minha demissão ou a demissão colectiva do Gabinete.

Acudiram alguns ilustres Senadores a rebater afirmações produzidas pelo Sr. Machado Santos. Para êsses vai em especial a homenagem da minha gratidão e da gratidão do Govêrno; e em breves palavras o Sr. Carneiro de Moura relembrou ao Sr. Machado Santos, que me parece esquecido de tudo, que a obra de Sidónio Pais se traduzia em poucas palavras: como maçou respeitou os religiosos, como republicano respeitou os monárquicos.

Sr. Presidente: desejo, muito resumidamente, porque a hora vai adiantada, responder pôr forma clara a todas as afirmações feitas pelo Sr. Machado Santos, e reservo o nome de S. Exa. para o fim, não por menos consideração por S. Exa., mas porque foi quem mais se alongou nessas considerações.

Ao Sr. Pinto Coelho eu responderei à sua pregunta: «como recebeu o Govêrno os avanços dos demagogos».

O Sr. Pinto Coelho: — Peço licença a V. Exa. para dizer que não fiz a pregunta; mas, se V. Exa. quere dar resposta, terei muito prazer em o ouvir.

O Orador: — Eu devo declarar a V. Exa. que durante êste incidente tive oferecimentos de muitos republicanos, mas nunca me aproximei dalgum que eu considere demagogo.

Êsses nunca tentaram entrar no meu gabinete, nem entram.

Respondi que todas as fôrças disponíveis estavam incondicionalmente ao lado co Govêrno, e tive uma troca de palavras, às primeiras, de agradecimento e não aceitação dêsses serviços, porque julgava que os não precisava e convencido estou hoje de que os não precisava.

AS segundas, o agradecimento pela indicação que todos me deram, como V. Exa. e os ilustres leaders da minoria me deram, de que o conflito seria bem solucionado sem se recorrer à forma violenta.

E eu, Sr. Presidente, não esqueço o que devo a mim próprio e nisso creio que os Srs. monárquicos me fazem justiça, que se a República perigasse, se eu tivesse convencido disso, eu daria o brado que a República perigava, para que todos os republicano a defendessem.