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Sessão de 9 de Janeiro de 1919 33

Mas, não foi isso. E a prova viu-se, Sr. Presidente.

Vamos a trabalhar para dignificar a República, porque ela não está dignificada; vamos a combater êsse trabalho de destruição dum regime durante sete anos de demagogismo; vamos a continuar a obra de Sidónio Pais, que só o Sr. Machado Santos não conhece.

Vamos, Sr. Presidente, trabalhar mais como portugueses de como políticos. (Apoiados).

Aceitei, Sr. Pinto Coelho, alguns serviços que me foram oferecidos, mas aceitei-os no campo donde desejo que a política saia de vez, porque não deve existir, no campo militar.

Creio não errar dizendo que o Sr. general Abel Hipólito não é político, não está filiado em partido algum.

Pois disse-se que êsse general está filiado no Partido Unionista.

S. Exa. escolhera o pessoal que muito bem quisera e com êsse pessoal seguira ao seu destino. A sua missão não poderá, ser levada até o fim. O ilustre Senador Sr. Severiano José da Silva disse que o Govêrno tinha feito poucas referências relativamente ao seu procedimento futuro na administração pública. O próprio Govêrno disse isso na sua declaração. O Govêrno fará o que puder fazer e é dentro desta frase que está o seu programa.

Diz S. Exa. que o programa de trabalho não está definido e eu, respondendo a S. Exa., como respondendo simultaneamente ao Sr. Oliveira Santos, que me fez a pregunta de maneira como se acode à situação financeira, eu digo a S. Exas. que muito pouco se pode fazer por agora, porque tudo quanto se puder fazer, depende dos resultado das negociações da paz. Só depois se poderá apresentar um programa assente em bases sólidas e não agora, que seria feito sôbre cousas arquitetadas no ar. Eis porque não trouxe programa.

Tudo o que puder fazer fará o Govêrno a bom do país e todos os auxílios que lhe sejam prestados serão agradecidos pelo Govêrno.

Com respeito à dívida flutuante, devo dizer a V. Exa. que, quando eu era Secretario de Estado das Finanças, vim no dia seguinte àquele em que se me fez
esta pregunta, com documentos comprovativos e nesse dia a sessão do Senado não se realizou.

Êsses documentos provam as disposições que tenho de trabalhar com vontade.

Não gosto de publicar mapas que não estejam certos.

Sr. Presidente: passo agora a entrai-na apreciação das considerações do Sr« Machado Santos e não devo deixar sem resposta uma única frase, embora seja produzida para provocar a hilaridade.

Devo dizer que negociante de secos e molhados, não sou eu, mas S. Exa. é que o podia ser.

Parece-me que bem ficaria S. Exa. guardando êsse epíteto para outro, já que o não queira aplicar a si.

Disse S. Exa. que o Sr. Ministro da Guerra entrou por imposição da Junta.

Não. Êle entrou com assentimento meu por que excluo a possibilidade da entrada no Gabinete de qualquer pessoa que tivesse feito parte da Junta.

O Sr. Ministro da Guerra tem o mesmo chefe de Gabinete que tinha o seu antecessor.

Fora êle convidado pelo Sr. General Corte Rial para chefe do seu Gabinete.

Pediu para dêste não fazer parte, dizendo que estava muito doente à saída do Sr. tenente-coronel Álvaro de Mendonça e que não queria que, tendo o Govêrno ido contra as Juntas e contra quem com elas tivesse cooperado, não queria como chefe de Gabinete dar ordens contra o seu antigo Ministro.

Isto é nobre.

Pelo Sr. Tenente-coronel Borges tinha o Sr. Presidente da República toda a consideração.

Não vejo em que elo pudesse desmerecer do actual Ministro da Guerra, e como dentro do Gabinete estão oficiais entre os quais o filho de Sidónio Pais, vê-se que na organização dêste gabinete não há intuitos de ferir qualquer nota política.

O Sr. tenente-coronel Borges não é monárquico: é, para aqueles que o conhecem, um militar brioso.

Diz S. Exa. que a fôrça pública deve aos regulamentos essencial obediência.

Sim, mas quem ensinou a fôrça pública a ser desobediente foi o Sr. Machado Santos.

Esclareci já a doutrina lida no jornal do Pôrfo.