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10 Diário das Sessões do Senado

cial, como Alexandre Herculano, como Oliveira Martins. A sua educação foi inteiramente autodidática; tudo aprendeu por si mesmo, no constante afan de acumular novos conhecimentos sôbre a massa enorme dos que já possuía. Por isso se podia dizer, sem favor, que tinha uma erudição verdadeiramente assombrosa, em que todos os que conviviam com êle tinham sempre alguma cousa nova a ouvir, alguma cousa nova a aprender.

Morreu com 12 anos de idade, feitos nos meados do mês passado, e mais de quarenta e um anos ininterruptos de serviço na Faculdade. Pois na véspera do dia am que sofreu a congestão cerebral, que devia vitimá-lo, tinha êle dado a sua última lição, e ainda, na antevéspera, ditara o seu último artigo sôbre a recente reorganização do nosso ensino secundário. Foi emfim, até a derradeira hora um trabalhador tam honesto nos seus processos, como nos seus intuitos, que honrou o seu nome e o seu país.

Associo-me tambêm sinceramente aos votos de sentimento já propostos pela morte de João Penha e do Visconde de Castilho.

Como muito bem disse e Sr. Júlio Dantas, a semana que findou foi uma verdadeira semana de luto para as letras e para as sciências nacionais.

Tenho dito.

O Sr. Castro Lopes: — Sr. Presidente: a última vez, se bem me recordo, que usei da palavra nesta Câmara acêrca de falecimentos de homens distintos, foi do ilustre Presidente da Eepúbliea Brasileira; e dizic, eu nessa ocasião que um vento devastador da morte há uns tempos a esta parte tem derrubado figuras eminentes.

E, Sr. Presidente, estamos hoje aqui a comemorar justamente a perda de três homens extraordinários nas letras e sciências que, honrando-as, honraram o pais a que pertencemos, devendo, por isso, com profundo sentimento prantear as suas mortes.

A Câmara ouviu as considerações feitas peles distintos oradores Srs. Júlio Dantas e Queiroz Veloso. Não podia eu deixar, em meu nome e no da maioria desta desta de me associar às palavras de sentimento aqui proferidas, pedindo a
V. Exa. a que seja comunicado às famílias dos ilustres mortos as homenagens prestadas nesta Câmara.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Pessoalmente me associo ao voto de sentimento proposto
pelo falecimento dêstes eminentes homens e vou pô-lo à votação, visto que o Regimento da Câmara não permite votos por aclamarão.

Pôsto à votação, foi aprovado.

O Sr. Presidente: — Está sôbre a Mesa a proposta que veio da Câmara dos Deputados e a que há pouco se referiu o Sr. Castro Lopes.

Proposta de lei

Da Câmara dos Deputados, estabelecendo a liberdade de transito e de comércio, substituindo as tabelas de preços e criando dois tipos de pf:o de trigo.

O Sr. Castro Lopes: — Pedi a palavra para requerer a V. Exa. a urgência e dispensa do Regimento para a proposta que acaba de vir da Câmara dos Deputados.

O Sr. Tiago Sales: — Requeiro a V. Exa. que seja votada primeiro a urgência e depois a dispensa do Regimento.

Pôsto à votação, foi aprovado.

Procede-se em seguida à votação nominal, sendo aprovada a urgência.

Disseram aprovo os seguintes Srs.:

Alfredo da Silva.

Arnaldo Redondo de Adães Bermudes.

Artur Jorge Guimarães.

Carlos Frederico Castro Pereira Lopes.

Constantino José dos Santos.

Francisco Nogueira de Brito.

Francisco Vicente Ramos.

Germano Arnaud Furtado.

Guilherme Martins Alves.

João da Costa Couraça.

João da Costa Mealha.

João José da Costa.

João Lopes Carneiro de Moura.

João de Sousa Tavares.

José Tavares de Araújo e Castro.

Júlio Dantas.

Luís Xavier da Gama.

Zeferino Cândido Falcão Pacheco.