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6 Diário das Sessões do Senado

O Orador: — Disse o ilustre Senador que, pelo meu Ministério, foram requisitadas 400 toneladas de açúcar.

A êsse respeito devo dizer a S. Exa. que não tenho conhecimento de tal requisição; no emtanto, prometo a, S. Exa. que vou saber o que há e depois direi a S. Exa.

Referiu-se S. Exa. tambêm à questão do arroz; S. Exa. tem razão, o Ministério dos Abastecimentos compro uma certa quantidade de arroz que não está em boas condições para o consume, o que representa um prejuízo para o Estado de 100.000$ aproximadamente, e o Ministério dos Abastecimentos encontra-se nesta, situação: ou de não dar a liberdade do comércio de arroz ou de perder 100.000$.

Nestas circunstâncias, eu não quis só por mim tomar essa responsabilidade, e levei para, o Conselho de Ministros este assunto, e disse ali:

Eu tenho queixas de que êste arroz faz mal à saúde mas não quero só por mim resolver e assunto porque é importante.

A resolução do Conselho foi unânime para que eu logo que o possa fazer a venda do arroz para outra aplicação e desde logo eu dei ordem no meu Ministério para que se permita a entrada do arroz em Lisboa a todas as requisições que se façam.

Desde que estou no Ministério dos Abastecimentos não se tem comprado nada, não fiz contratos nem quero fazer. Nestas condições, eu preciso de me munir duns certos elementos para estar mais à vontade no meu Ministério.

Disse S. Exa. que no Ministério se negara autorização para a entrada do arroz em Lisboa; creio que isso não foi no meu tempo, pelo menos eu não tive conhecimento.

O Sr. João José da Costa: — Eu não posso precisar bem a data, nas creio que não foi do tempo de S. Exa.

O Orador: — Fez S. Exa. outras reclamações sôbre a questão da alimentação de Lisboa. Não é culpa do Ministério nem dos meus antecessores, que isso se tem dado, a culpa é das circunstâncias eu que nos temos encontrado, duplamente agravadas com o estado de guerra e com as sucessivas revoluções.

Eu levo dizer, Sr. Presidente, que quando entrei para o Ministério, encontre: por um lado um movimento revolucionário monárquico, para outro, para o sul uma greve que era preciso resolver com urgência, não só pelos transtornos que nos fazia como para a nossa defesa militar.

De maneira que é natural que ainda se não restabeleça tam depressa o equilíbrio, mas eu estou absolutamente convencido de que êsse equilíbrio há-de vir, já porque as circunstâncias gerais se estão modificando num sentido melhor, já porque as nossas circunstancias internas se modificarão num sentimento favorável.

Relativamente aos transportes marítimos, eu quero tambêm dizer algumas palavras.

As reclamações que S. Exa. o Sr. João José da, Costa fez, ao Ministério das Colónias, dizem respeito ao meu Ministério, sob cuja, alçada estão os transportes marítimos.

Devo declarar que os transportes têm faltado a toda a gente. Por minha parte o que posso dizer é que vou tratar de estudar o assunto e procurar resolvê-los de maneira a beneficiar toda a gente, o que é, sem dúvida, difícil.

Ainda não tenho formado nenhum plano. Encontrei, todavia, um sistema de transportes feito de acôrdo com a Inglaterra que não posso modificar e que tenho de manter.

Parece-me, Sr. Presidente, ter respondido, tanto quanto me foi possível, às considerações do Sr. João José da Casta.

O Sr. Tiago Sales (interrompendo): — O Sr. João José da Costa referiu-se tambêm a um outro ponto, que é muito importante: foi o da adulteração e falsificação dos géneros alimentícios. S. Exa. referiu-se ao leite, dizendo que, em resultado de análise, êle continha urina.

Referiu-se ainda à manteiga, dizendo que ela tinha uma percentagem grande de água; e, que não obstante isso, ela se pedia vender por metade do preço, o que vem ainda tornar mais grave a questão.

O Orador: — Eu já pedi ao Sr. João José da Costa o resultado da análise para dar as necessárias providências.