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Diário das Sessões do Senado

que para ali fazia a carreira mensal deixou de condnzir os géneros de que tanto necessitavam.

Faltou-lhes, portanto, farinha, açúcar e, emfim, os meios de subsistência em horas extremamente angustiosas.

Assim permaneceram entregues a um só médico que trabalhou incessantemente, e a quem, por sua vez, a epidemia não poupou.

j E nestas horríveis torturas viveram, entregues à mercê da natureza, sem módico sem navio quo lhes levasse víveres, sem o conforto quo a sua situação precária exigia!

Tendo descrito ao Sr. Ministro do Comércio todo este doloroso quadro, dirigi-me ao mesmo tempo ao Sr. Director dos Transportes Marítimos, para que mandasse substituir o paquete da Empresa Insulana por algum dos paquetes confiados à mesma direcção. Assim se fez, Sr. Presidente, mas esse serviço não tem correspondido às necessidades locais, visto que as carreiras são incertas, o que muito transtorno causa ao comércio.

Além disso, os navios que para ali fazem as carreiras, não possuem as acomodações necessários para o transporte de passageiros. E tanto assim é que eu tenho uma pessoa de família que necessita de seguir pare, a ilha das Flores e ainda o não conseguiu fazer.

De um modo geral, direi, Sr. Presidente, que as casas comerciais estão privadas de mandar àquelas ilhas os seus agentes.

O que eu peço a S. Ex.a o Sr. Ministro do Comércio é que, ouvindo o Sr. Director dos Transportes Marítimos, empregue as sur.s diligências a fim de só estabelecerem carreiras em dias determinados, como se pratica com os paquetes da Empresa Insulana de Navegação.

Sr. Presidente: outro ponto que doscjo tratar ê o da telegrafia sem fios, cue tem estado interrompida por falta de elementos que constituem o seu funcionamento.

Sr. Presidente: é necessário que reconheçamos o dever que temos a cumprir, um dever internacional, é certo, pois os navios que passam pelas imediações daquelas ilhas esperam receber e transmitir as "necessárias comunicações telegráficas. Chamo a atençíio de S. Ex.a o Sr. Ministro do Comércio para que a Direcção Ge-

ral dos Correios e Telégrafos trate deste importante assunto, como ena tempo foi ordenado; tanto mais que, para esse fim, pode ser destacada a necessária quantia da verbíi, de 8:000 contos aqui votada.

Sr. Presidente: eu apelo mais nma-vez para a grande inteligência e vontade do Sr. Ministro do Comércio para que esto assunto tenha uma solução favorável.

A outra questão a que me vou referir ainda: c desassoriamento do porto da Horta.

Eai 12 de Dezembro do' ano passado, dirigi-me aqui ao ilustre Ministro dentão Sr. Ernesto Navarro, expondo-lhe o estado em que se encontrava o porto da Horta. S. Ex.a, que não só como Ministro, mas como engenheiro distinto, que é, conhece o estado do porto, combinou com o Sr. Ministro da Marinha a saída da draga Aurora, daquele porto para Lisboa, onde ficou para aqui receber os respectivos consertos.

Não me consta que já se encontre em estado de regressar ao lar, onde por tantos anos permaneceu.

Se essa draga pudesse ser substituída, por outra de grande potência, bastariam quatro meses para o desassoreamento do porto se efectuar.

E para sentir que este porto artificial, protegido pela Ponta da Espalaraaca e pelo Monte da Guia, tenha sido tam esquecido dos poderes públicos.

Dias há que naquele porto se encontram trinta e tantos navios, prova sobejamente manifesta das excelentes condições de abrigo que o porto oferece.

E não será demasiado repetir quo comandantes do alguns navios se surpreendem ao verificarem o deplorável estado do porto.

Sr. Presidente: expostas todas estas verdades a V. Ex.a o ao Senado, confio orn que ó Sr. Ministro do Comércio ordenará, dentro dos recursos de que dispõe, que se converta em realidade as justas aspirações de todos que lera insistido pelos melhoramentos a que acabo de me referir.

Tenho dito.