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Diário das Sessões do Senado

queza, lendo-as, fiquei sinceramente surpreendido e atrozmente admirado, com tantos erros de gramática que neste discurso se encontram.

Não sei c quem deva atribuir tal facto, mas, devo dizer que eu é que não proferi semelhantes palavras podendo aÊrmar ainda que não desejo que se ma atribuam tam graves dislates. O que mais me exasperou, confesso-o, foi que nesse discurso se diga o seguinte: Leu.

«A assistência judiciária compoe-se, como Y. Ex'.a muito bem sabe, fora de Lisboa e Perto, do delegado respectivo,, do conservador do registo civil e dum vogal nomeado pelo juiz de direito e, nestas cidades, pela lorma estabelecida no artigo 2.° da lei de 21 de Julho de 1£99».

Além áa falta de revisão e das incorrecções na. maneira de escrever as palavras, que se mostram na parte do discurso que acabei de ler, posso afirmar a V. Ex.", Sr. Presidente, que eu não disse, nem podia dizer tal, porquanto, em 1899 ainda não hívda, aiuda não linhain sido criados os conservadores do registo civil! Estou convencido de que, qualquer pes-• soa que tal lesse, não me atribuiria tam grande dislate jurídico, mas, no eintento, permita-me V. Ex.a que eu chame a sua atenção para o caso," pois conveniente será que tais faltas de cuidado se não voltem a dar.

Seja a culpa proveniente desta Câmara ou seja da Imprensa Nacional, entendo que é necessário tomar providências fceu-dentes a evitá-las.

Outro assunto. Na minha qualidade de vogal da comissão de assuntos cultaais, mando para a Mesa o parecer referente ao projecto de lei n.° 695, de que, per essa comissão, fui nomeado relator.

E, ainda, permita-me V. Ex.a que, como veja presente o Sr. Ministro do Comércio; eu dirija a S. Ex.a uma pre-gunta.

V. Ex.3j para quem vai toda a minha maior consideração, por certo me vai responder de modo a satisfazer-me.

O Alentejo, distrito de Beja, tem por dia um comboio descendente e outro ascendente, havendo ainda, de dois em dois dias, se me não engano, que fica servido com dois, visto ter além do comboio directo o comboio do Algarve.

E certo, porém, Sr, Ministro, que para a cidade capital da província, "ou seja Évora, já assim não sucede; há apenas um comboio que de Lisboa parte para aquela cidade, um dia sim e outro não! Parece impossível que assim suceda! •

V. £x.a sabe muito bom que o Alentejo é, sem dúvida nenhuma, o celeiro de Portugal. Merecia, por isso, maior carinho essa província e, assim, Évora participaria desses cuidados, dôsses carinhos q tis agora lhe foram negados. Não quero com isto dizer que níio deseje que o distrito de Beja tenha os meios de comunicação necessários e indispensáveis, o que é preciso é que Jíivora tenha, polo menos, os mesmos comboios que aquela cidade.

Eu sói que já uma comissão do distrito de Évora procurou V. Ex.a para tratar do assunto; não sei qual o resultado dessa conferência, mas o que é verdade é que as cousas continuam rio mesmo pé em que actualmente ainda se encontram.

Apelo para o Sr. - Ministro, interpretando, creio bem, o desejo do distrito. Apelo par» V. Ex.a pedindo-lhe que se i ç u alem as circunstâncias do di&trito do Évora respeitante a os te assunto, pelo menos com o distrito de Beja.

Tenho dito.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (António Fonseca): — Em resposta às considerações do Sr. Portugal, devo dizer a V. Ex.a o seguinte:

Não ignora V. Ex.a nem o Senado que é extrema a dificuldade com que os caminhos de ferro do Estado lutam em relação ao seu material circulante.

V. Ex.a não ignora que não há vagões, que não há carruagens para passageiros, e, sobretudo, que não há locomotivas.

Esta deficiência .faz-se sentir em todas as linhas de Sul e Sueste e, sobretudo, nos comboios destinados a mercadorias,

Diariamente recebo reclamações das fábricas de cortiça de Portalegre e outras, que pedem com instância a organização de comboios para o transporte de cortiça. O facto é que eu não tenho podido, apesar das recomendações que tenho feito às direcções dos caminhos de ferro tanto do Estacb, como da Companhia Portuguesa, acautelar todos os interesses.