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Sessão de 17 de Fevereiro de 1921

de Alcântara e com ele suspendeu-se a escola de recrutas no Alfeite, determinando-se que se fizesse em Alcântara.

Uma cousa, Sr. Presidente, ó o depósito de' praças, outra é o corpo de marinheiros e outra é a escola de recrutas de marinheiros.—Nada tem uma cousa com outra.

Fez-se exactamente esta confusão para estabelecer uma divergência entre oficiais e entre as praças. Ora isto é muito sério. (Apoiados). Nunca a gente se deve meter em questões de disciplina militar.

Sr. Presidente: os oficiais todos têm um grande amor ao corpo de marinheiros e quere-se insinuar que há opinião diversa.— Foram oficiais que trataram com afan que o corpo de marinheiros fosse restituído à marinha. .

Quando a comissão apresentou em as-semblea os resultados dos seus trabalhos— ao mesmo tempo que se dizia que o Sr. Ministro tinha ficado muito satisfeito— via-se que quaisquer forças, quaisquer elementos estranhos à oficialidade e às entidades competentes de marinha, tinham feito com que.S. Ex.a adoptasse um caminho diferente.—Estava plenamente no seu direito.

Na assemblea realizada não me consta que alguém tivesse levantado a voz para criticar os actos de S. Ex.a o Ministro. Simplesmente se tomou a resolução — com que eu concordo e se lá estivesse tê-la-ia votado — de que se não devia desanimar: antes se devia continuar na obra encetada, aguardando-se melhor oportunidade. Isto é digno, porque não podendo o Clube estar a discutir os actos dos superiores, podia, no emtanto, continuar a estudar.

Sr. Presidente: das declarações do Sr. Ministro da Marinha na Câmara dos Deputados, eu vejo que ainda essa assemblea geral não se tinha efectivado e já S. Ex.a o Sr. Ministro se tinha sentido mal humorado contra os oficiais, dizendo que nessa reunião ia ser atacado.

Certamente, Sr. Presidente, não eram os oficiais que se iam reunir numa assemblea geral onde se ia atacar o Ministro.

Presidiu a essa assemblea um honrado e velho republicano, o Dr. Peres Kodri-gues, homem cheio de ponderação, já de idade, capitão de mar e guerra médico, republicano daqueles que não fazem nada que possa atacar alguém. Nessa reunião foi votada uma moção para que a comissão continuasse com os seus trabalhos.

Nesta ocasião o Sr. Ministro da Marinha lançou um despacho. Aqui ó que eu peço ao Senado de me atender bem, porque é preciso esclarecer o assunto: o chefe do gabinete do Sr. Ministro enviou uma nota para o Sr. Major General da Armada, dizendo que o Sr. Ministro o encarregava de pedir ao Sr. Major General determinados esclarecimentos.

V. Ex.as sabem bem que um Ministro, tem os seus directores gerais a quem dá as suas ordens, com eles é que se entenda.

Se isto é assim na vida civil, mais o deve ser na vida militar. A corporação da armada tem um chefe militar que é o Sr. Major General da Armada.

Na) se dignou o Sr. Ministro da Marinha chamar o Sr. Major General da Armada para tratar com ele desse caso, visto não o considerar tam importante, o encarregou o seu chefe do gabinete de lhe fornecer os esclarecimentos sobre o que se tinha passado nessa assemblea. E agora devo chamar a atenção do Senado para um ponto que está confuso: Diz-se que o Sr. Major General da. Armada é o presidente da assemblea geral. É, mas não presidiu nem comparaceu nessa assemblea geral.

O Major General da Armada, para dar cumprimento à nota do chefe do gabinete do Ministro, despachou na mesma nota que fosse nomeado o almirante Loforte para colher os esclarecimentos pedidos pelo Ministro. Fez o que devia fazer, porque não é o Major General da Armada que devia ir pesquisar, aqui e ali, sobre o que se passou nessa assemblea geral.