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Diário das Sessões do Senado—Apêndice

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justamente merecem a melhor atenção de grande número dos homens públicos do nosso país, desenvolveram-se daninha-meute correntes contraditórias, exactamente por motivo da sua injustificada protelação, que a desvirtuaram em parte, a complicaram, e, pouco a pouco, a tornaram por vezes irritante, por vezes quási ridícula.

Por motivo de tal protelamento efeitos inconvenientes de toda a ordem, inclusive políticos, têm surgido, absolutamente lamentáveis, que muito têm concorrido para a indisciplina mansa e surda que lavra na força armada, e concorrido até para a indisciplina menos mansa e menos surda que em muitos meios da nossa sociedade se tem desenvolvido lamentavelmente.

Sr. Presidente: disse, e muito bem, o ilustre relator, Sr. general Abel Hipólito, nas considerações que fez acerca dos diversos exércitos dos países aliados que tiveram necessidade de se armar, o que se fez em Inglaterra e noutros países efectivamente não é comparável com o que sucedeu entre nós.

A Inglaterra teve de mobilizar toda a sua população masculina para acabar com a guerra, e a verdade é que nós fizemos um grande esforço pecuniário, mas em relação à nossa população não fomos levados pela mobilização a esta necessidade extrema a que foram forçadas outras nações.

O número de homens que tivemos de mobilizar foi importante, mas ficou muito aquém daquele que poderíamos realizar em caso extremo.

Assim, Sr. Presidente, de entre os próprios oficiais criados pelas escolas milicianas numerosos foram aqueles que, escalados, não chegaram a ser mobilizados, afora numerosos outros cidadãos que, preenchendo as condições para ingressar nas escolas de oficiais milicianos, não foi necessário ingressar nelas, não obstante estas terem continuado a funcionar, quando já era pouco justificado esse funcionamento.

Grande número dos entrados para as escolas de oficiais milicianos, e após para a vida militar, tinham habilitaçõss especiais superiores que os tornava elementos de boa aquisição sob todos os pontos de vista, àpartejas deficiências da especialização militar, pois que a fornecida pelas

aludidas tinha fatalmente de ser incompleta.

A questão dos oficiais milicianos suscitou-se sobretudo então a respeito desses, e suscitou-se no meio a que S. Ex.a o Sr. Senador Silveira se referiu: suscitou--se no meio português.

A verdade é que uma das cousas que se deu imediatamente, ou que pouco depois foi continuando, a . seguir à nossa participação na guerra, foi principiar a escassear duma maneira formidável, sobretudo dentro de determinadas armas, os oficiais subalternos, e foi por esse motivo, Sr. Presidente, que até em espíritos absolutamente alheios a cousas de certa ordem principiou a aparecer a conveniência de ocasião de ver elementos com predicados de instrução ingressados temporariamente no exército, e que ali prestaram serviço, desde o momento em que, pelas suas condições próprias de estudo preparatório, se achavam se não iguais sempre algumas vezes, todavia, se achavam superiores até a conhecimentos dos seus camaradas do efectivo.

Principiou a aparecer em alguns espíritos, Sr. Presidente, a conveniência de que esses elementos fossem aproveitados depois de se instruírem em escolas próprias durante o tempo indispensável, e só indispensável, para que ingressassem no exército activo, desde o momento em que isso lhes conviesse.

Isto é, dando-se-lhe essa faculdade. V. Ex.a, Sr. Presidente, vê que a ingressão nestas condições não representava, mesmo sob o ponto de vista profissional, uma aquisição de pacotilha.

Sucede ainda mais, Sr. Presidente, que pouco antes, por via de Monsanto, e nesta palavra exprimo tudo quanto está no meu íntimo e no do Senado a este respeito, uma enormíssima parte da guarnição tomou uma atitude de neutralidade que eu como disciplina condeno mais do que o procedimento mais ou menos aberto de hostilidade assumido por outros na mesma ocasião.