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Diário das Sessões do Senado—Apêndice

o de hoje; ainda que já grandes, não tinham subido contudo à vertiginosa altura de hoje os encargos do Estado.

Já um pouco avançado om anos, Sr. Presidente, ainda assim sou um impenitente, optimista por feitio, e corno disse há pouco o Sr. Lobo Alves, um crente apaixonado pela Pátria e na espectaiiva de que a sua situação melhorará.

Ora eu que estive em contacto com o Sr. Ministro das Finanças de euíão, não só por sermos colegas no Ministério, mas porque tivemos inúmeras conferências financeiras a propósito dos serviços da marinha a meu cargo, não hesitei nessa ocasião conio Ministro, por via duma orientação financeira que só tinha estabelecido naquele Ministério, em ir ao Orçamento do Ministério da Marinha e cortar inexoravelmente, a sangrar ato a inteligência e a alma, eu que tinha entrado'para ali com o intuito de melhorar serviços, melhorar e completar c material, eu cortei em tudo., cortei c;m pessoal, cortei ein material, mas senipro com a preocupação de não desorganizar serviços.

Eu tinha então a esperança de que a situação financeira do país se modificasse a breve prazo, embora não fosse num mês, porque isso era impossível, mas em alguns meses.

Esta esperança que eu tinha, tinham-na igualmente todos aqueles que me rodeavam, e por isso eu não hesitei em que se levasse o empreendimento por diante.

Ninguém podia prever então que o nosso descalabro financeiro havia de chegar ao ponto ora atingido, prever que as medidas apresentadas ao Congresso por

mais de uma vez para tentar regularizar a nossa situação financeira, recorrendo-se à reorganização de serviços e redução do despesas, ao ponderado alargamento dos impostos, a empréstimos externos, resultassem estéreis, eu não podia portanto" prever que a nossa situação económica se modificasse para mal, se exagerasse da maneira que se exagerou.

Eu estou fazendo considerações que talvez não devesse fazer, porque não vêm bem a propósito da generalidade desta proposta, mas se o faço ó para mostrar bem à Câmara como eu estava e estávamos então convencidos de que a nossa situação melhoraria, dado o propósito firme e decisivo, que havíamos de fazer as mais sérias economias, como ponto de partida para medidas do outra ordem, produtoras de uni melhor estado de cousas para o país.

A verdade porém é que a nossa situação se agravou de uma maneira assustadora, que temos um déficit pavoroso, e que eu não vejo, embora o nosso ilustre colega Sr. Loto Alves pense o contrário e seja bastante optimista, possibilidade do vermos tam cedo desanuviada a nossa situação, e possibilidade de extinguir este déficit pavoroso que nos esmaga.

Por isso pedi a palavra para fazer estas considerações.

Se não vi todos os inconvenientes, por não possuir a lucidez de S. Ex.a em questões financeiras, vi contudo o bastante para ver que havia inconvenientes, singularmente atenuados pela vantagem da criação de novas indústrias.

Eis o que tinha a dizer.

Discurso proferido na sessão n.° 40, de 19 de Abril de 1921, e agora integralmente publicado

O Sr. Celestino de Almeida: — Sr. Presidente: antes de mais, algumas palavras sobre factos ocorridos no decorrer das sessões em que nos temos ocupado na generalidade do projecto de lei que está na ordem do dia.

Sr. Presidente: ligeiras observações eu farei sobre afirmações feitas no Senado. Principiarei por me referir ao que foi dito por S. Ex.a o Sr. relator a propósito

da minha atitude dentro da comissão de finanças.