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Diário das Sessões do Senafto

Construções de navios de guerra não há r£zão para que, se façam — pelo me-nos! no arsenal do Estado—no uobáo país, não só porque construímos pouco, mas também porque não temos din_ie:ro para grandes construções, sucsdendc que o seu custo, como sobre ele tem de r?ca:r o peão das despesas todas do fabrico, é elevadíssimo.

Muito mdb barata nos sairá, poríanio, a aquisição das unidades de que necessitamos, ia fora ou por compra ã entidade que viesse a explorar o Arsenal, ss por acaso íis vendesse em conta.

De resto, as nossas necessidades, em questão de marinha de guerra, devem ser hoje muito limitadas, porquanto, rJlo tendo Portugal grandes recursos, nào pode dar-se ao luxo de ter devaneios; e açsini os programas das grandes unidades tem. de ser postos de parte, substituídos, em minha opinião, pelo modesto c.escjo de adquirirmos mais submarinos, faètroyirs, aviões e cantoneiras, barcos estss relativamente baratos e que a 'última guarra veio demonstrar serem aqueles quã mais coiiviniiain às pequenas nações.

Bem manejados, foram até úteis £, nações poderosas,,como era a Alemanha.

Tais unidades servirão apenas para cue a nossa marinha tenha o carácter deíbn-sivo, e não ofensivo, como já se pretendeu.

Paj^a as reparações de barcos assim pequenos pocor-se-ia utilizar o sisí-sma preconizado polo pessoal que está na T)ase dos submersíveis, e que, segundo me informam, já pediu que fosse construída uma carreira na doca em que se encontram os submarinos.

Esse serviço, aproveito a ocasião de dizê-lo a V. Ex.a, é hoje o mais prático, útil e eficiente da armada portuguesa; e com a carreira de reparações posta na doca ficaria em perfeita autonomia.

Se para os destroyers se dispencas&e também uma doca, teríamos essti espécie de navios eu eoudições perfeitamente semelhantes às Sós submarinos, o q:i3 tanto faz dizer que os teríamos sempre em estado de servir o

E finalmente para as canhoneiras po-dcr-se-ia usar

Dispensar-se-ía assim uim Arsenal de Marinha privativo da marinha de guerra»

É obra grandiosa de mais para uma marinha tam pequena!...

De resto, como último recurso para reparações grandes e ato para construções, se o Arsenal fosse entregue a uma companhia estrangeira, c Estado estabeleceria no contrato cláusulas pelas quais os navios de guerra teriam preferência sobre os mercantes.

Para a construção das carreiras e oficinas empregaria o Governo uma parte ••ao material que hoje se encontra no Arsenal e poderia até promover a venda de do:s dos quatro cruzadores quo possuímos, todos Cies perfeitamente inúteis e que só servem para consumir dinheiro ao país.

E esta uma verdade em que eu insisto mais uma vez; em que insistirei sempre, ainda que isto pese àqueles a quem convém iludir a opinião pública, dando-lhe a "impressaj de que a nossa defesa marítima é prática e eficiente.

Os cruzadores são muito bons, mas estão sempre impossibilitados, de prestar qualquer serviço!

Como nào andam, scgce-se que grande parte do pessoal do bordo não tom prA-ticu. da navegar; e daí resulta que, tanto oficiais como praças, acabarão por ser tudo menos o que realmente se pode e deve chamar oficiais e praças de marinha.

Devern.cs dizer toda a verdade ao país.

Creio que só assim, desde que o Par-lamsiito e o Governo adoptem o critério de dizer toda a verdade ao país, é que pod-zmos ser acreditados lá fora, entre os que pagara para que o Estado tenha os seus serviços em ordom. E não ó só dizer: é preciso restabelecer a normalidade nesses serviços.

Quando nós ouvimos aqui expor, com tanta abundância de palavras, que é preciso começar por alguma cousa a reduç/io de despesas, devemos sentir bom a inutilidade de tais expressões!...

Mus ó preciso proferi-las.

São frases de efeito.