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Diário das Sessões do Senado

tivesse presente para humildemente abraçá-lo, supondo que esse abraço o seria em nome de toda a Nação Portuguesa (Apoiados), daqueles que têm coração para o sentirem diante dos filhos quo se sacrificaram e se arrastam, por essas ruas do» loridaciente, causando admiração, cansen-do respeito e causando veneração, como nosso testemunho do papel importante que nós desempenhámos.

Vozes: — Muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Abel Hipólito:—Ao tratar-se deste projecto tenho obrigação moral de dizer algumas palavras sobre este assunto.

Já as disse com a elevação do costume o Sr. Caíanao de Meneses, e se eu vou dizer algumas palavras é porq-.ie estive na goerrs, 0 não podia ficar silencioso perante qualquer medida que vise a melhorar a situação dos mutilados.

Estes representam para nós a cooperação e a consagração mais alta da nossa intervenção ca guerra. - Para todos os que do exército português cooperaram cora os aliados e só esforçaram por cumprir o sen dever, deve ir o nosso respeito e veneração, e esse respeito e veneração devo ser maior para aqueles que perderam as suas faculdades físicas e ficaram inutilizados para o trabalho.

Não sei se será mais horroroso para uma criatura que combate, com a morte diante dos olhos, se reconhecer que pode ficar inutilizado para todos os dias da sua vida. Se pudesse escolher, não sei se seria .preferível morrer ou arrastar :aina vida desgraçada por qualquer defeito físico.

Desde o princípio quo se deu assistência ta esses mutilados.

E certo que até hoje as garantias que se deviam dlar a esses militares que se sacrificaram, não eram ainda aquelas que deviam ser.

O próprio Sr. Ministro da Guerra pensa que este projecto, mesmo depois de aprovado, não satisfará completamente.

Mas o Senado cumpre o sen dever olhando com cuidado para qualquer medida que se apresente na Câmara no sentido de melhorar a situação dos mutilados.

. O Sr. Lima Alves:—Esta proposta é

das que têm diante de si a garantia duma votação unânime desta Câmara, pois que representa a mais pura e elevada justiça. (Apoiados).

Se não fossem as praxes regimentais, eu não teria dúvida em pedir à Câmara

Falou já, com a sua costumada eloquência, o Sr. Catanho de Meneses; falou também o general Sr. Abel Hipólito, ao lado do qual porventura teria combatido algum dos atingidos por este projecto.

S. Ex.a falou-nos ao coração. Desnecessário seria, porque o coração de todo o Senado estava aberto ao sentimento da justiça que ó pedida neste projecto.

Os Senadores Reconstituintes votam, pois, com a maior satisfação.

Aprovado na generalidade e na especialidade por unanimidade.

A requerimento do Sr. Pereira Osório, é dispensada a, última redacção.

O Í3r. Presidente: — Vai ler-se a segunda proposta de lei para o que o Sr. Lima Alves pediu urgência e dispensa de Regimento.

Proposta de lei

Artigo 1.° É aberto no Ministério das Finanças a favor do Ministério da Justiça e dos Cultos um crédito especial na importância de 600.000$. a fim de reforçar a verba inscrita no capítulo 2.° da despesa extraordinária da proposta orçamental para o ano económico de 1920-1921 do referido Ministério da Justiça e dos Cultos, com aplicação aos deficits nas dotações para material e diversas despesas dos estabelecimentos e serviços prisionais, correccionais e de protecção a menores.

Art. 2." Fica revogada a legislação em contrário.

Palácio do Congresso da República, em 28 de Abril de 1921. — Abílio Correia da Silva Marcai — Baltasar de Almeida Teixeira— António Marques das Neves Mantas.