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Diário das Sessões do Senado

responder a S. Ex.a dentro, é claro, dos melindres que o meu cargo obrigf.m. O orador não reviu.

O Sr. Pedro Chaves:--Agradeço a gentileza da resposta de .8. Ex.:i Perí.nte a minha nota de interpelação, só tini ia a esperar qie S. Ex.n se desse por habilitado. Por isso ÊZ agora estas preguntas. e ou aceito copio melhores as razões de S. Ex.a

O Sr. Rodrigo Cabral:—l~ma ca? indústrias mais importantes, que ex;«te co distrito d3 Ponta Delgada é, se in dúvida, a cultura dos ananases.

No te:npa da guerra grandes dificuldr,-dcs houve na exportação. Nãc havia vf.-pores cuo transportassem regularmente aqueles produtos. Assim a crise era grande, aproveitavam os navios oue acidentalmente aportavam ao seu porto de mar.

O ananás é um produto muito aprecia* do por todos os países civilizados.

Para o porto de Londres começou-so agora a enviar, daquela fruta, m;:s só aquele mercado ó insuficiente.

jii pouco, muito pouco, e há necessidade de c;ue seja aberto também n pôr-to de Hamburgo, importante cent.-) de importação daqueles produtos.

Tenho aqui uma representação dos interessados para a qual chamo a ateução do Sr. Ministro dos Estrangeiros, a rbnde que S. Ex.a envide todos os esforços para que seja aberto o porto de l Eamburgo aos ananases.

A indústria dos ananases é um;i indústria que beneficia muita gente.

Peço. pois, o favor do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros de se informar com o nosso representante na Alemanha, e ver o que é possível fazer-se, para que os nossos ananases para ali posaria voltar.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Leite Pereira): — E esse assuuto muito importante para a economia nacional, e em especial para S. Miguel, cuja região S. Ex.:i aqui representa muito dignamente.

Já em 17 de Fevereiro próximo passado recebi várias reclamações GLS ilhas.

Imediatamente recomendei o assunto para Berlim.

Informei depois, por intermédio do -governador; os industriais de quo tinha no-

tícia do nosso representante dali, que as cousa i se encaminhavam num sentido fa-vonivsl à recepção dos nossos ananases.

Mas a situação de Portugal em face da Alemanha tinha-se modificado nos últimos tempo?, do maneira a poder "afectar a nossa economia.

Na Conferência de Londres, o Governo Alemão manifestou uma decisão inabalável em não corresponder às reclamações que na Conferência de Spa tinham sido consideradas legítimas, e para as quais haviam sido fixadas percentagens.

Tive conversas com o Sr. Ministro da Alemanha no sentido de procurar estabelecer negociações prévias para chegar a qualquer acordo.

Daí veio a necessidade nos países aliados, a começar pela Inglaterra, França o Bélgica, das medidas chamadas de sanções, e assim é que os Parlamentos votaram uma proposta em que estabeleciam para os produtos alemães uma percentagem de •~>0 por cento em benefício do Estado importador.

E realmente uma medida rigorosa, que cumulativamente com outras, como sejam as do ocupação, se torna bastante difícil para, a Alemanha.

Está daro que Portugal não podia deixar de adoptar o ponto de vista dos aliados e por isso, depois de prévia conversação cem os seus representantes, adoptámos uma solução idêntica.

Vê perfeitamente o ilustre Senador que a situação actual é diferente daquela que tiu.hu em Fevereiro, em face da Alemanha =

Evidentemente que, uma vez acabada a guerra, nós temos necessidade de restabelecer as nossas relações comerciais com a Alemanha, como estavam antes da^ guerra.

Se as nossas relações com aquela nação não estão ainda reatadas, sabe bem o Senado que a culpa não ó nossa.

Portugal foi para a guerra unicamente porque tinha necessidade de defender os s«'iis interesses.

Agora devemos entrar nesse período de paz, e não de guerra, a situação mudou, mas também se modificou a que tínhamos cm Fevereiro.