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Diário das Sessões do Senado

nidades devido à nossa insuficiência diplomática deu origem a esta campanha levantada por pessoas que eu alcunharei de maus patriotas.

E a campanha em que se afirma que nós deveríamos abdicar dos nossos direitos sobre os territórios em litígio.

Não, Sr. Presidente, eu não acredito que o nosso país tenha de desistir de direitos sobre territórios que lhe pertenceram, que não cedemos, que ninguém nos conquistou e onde exercemos de facto soberania.

A Eepáblica não tem o direito de alienar os territórios que os nossos maiores nos legaram. Devemos, pelo contrário, afirmar e reforçar os direitos que sobre eles temos.

Nos tempos passados nunca os governos permitiam que os seus comissários pudessem exceder de qualquer forma as .atribuições de lhes eram cometidas; e a Bepública, para quem as colónias são essenciais tem de manter os mesxos princípios em que se fundamenta o nosso direito à posse do que nos foi legado pelos nossos maiores.

l Não podemos nem devemos ceder cada!...

De resto, temos de concordar que para as pessoas que querem que as cousas se resolvam rapidamente o processo é simples : dar tudo! ...

Mas não é patriótico.

Não, Sr. Presidente. Temos de esperar uma oportunidade.

Nada nos diz que amanhã não possa haver uma sublevacãoc orno a dos boxers, ou outra questão qualquer em que Portugal possa ter interferência; ê, sabendo aproveitar bem o momento, é possível que se possa conseguir a delimitação que até agora nos tem falhado.

E uma questão de tempo, Sr. Presidente; de tempo e de paciência. De resto, é processo cMnês ...

E com a China que estamos tratando.

Está presente o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros e, como não está o Sr. Ministro das Colónias, estou convencido de que S. Ex.a não deixará de comunicar ao seu ilustre colega estas ini-nhas considerações. Que V. Ex.a me possa assegurar que o estado de cousas a que me tenho referido não é hoje de forma alguma prejudicial aos interesses do nosso

país no Extremo Oriente, são os meus votos mais sinceros; no emtanto devo dizer a V. Ex.a que, segundo as minhas informações, já há motivos que avolumam a minha suspeita de que estamos sendo prejudicados com a política que, no Oriente, tem sido seguida, tanto pelo governo de Macau, como pelo Governo central. Quem ali está dominando é Sum Yat-Sen, que é acérrimo partidário da supressão do jogo e que, logo após a sua escalada ao Poder, o aboliu na província de Quang-tung.

V. Ex.a sabe que a abolição do jogo na província de Macau daria enormes prejuízos para a economia da colónia, atendendo a que, triste é dizê-lo, Macau vive quási exclusivamente da exploração de vícios: do que lhe dá o exclusivo do fabrico do ópio, e do que lhe dá o jogo. Isto é velho, e de todos sabido. E sabido é também, Sr. Presidente, que esta situação, única no Extremo Oriente, torna a nossa linda colónia frequentada por milhares de estrangeiros que vêm propositadamente de Hongkong e de Xangai, e que vão ali para perderem ou ganharem fortunas.

E este movimento, não é preciso dizê--lo, é de absoluta vantagem para a colónia. Demais, como Macau não tem território para plantação, nem tem indústrias regelares —porque os governos locais têm deixado perder as que existiam — justo é que lhe deixem a única de que aufere lucros: a da exploração do jogo.

E uma questão tradicional, existiu ali sempre, e é, a final de contas, do que se sustenta o funcionalismo local. .

Pois Sun-Yat-Sen insiste, através do Hongkong, em que se faça a supressão do jogo em Macau. E uma campanha nesse sentido pode ser a nossa ruína.