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Diário das Sessões do Senado

licianos que existem a mais no exército? Os médicos são profissionais, têm a sua profissão e podem facilmente ser dispensados dos serviços do exército, porque não há o receio de cá fora não poderem aranjar o seu pão. É esta uma das economias que se impõem dentro da obra que terá certamente o apoio de todos os republicanos.

Não me deixei impressionar pela operação que fez o Sr. Augusto de Vasconcelos, peio que toca a supressão de despesas. Foi até de S. Ex.a a operação mais infeliz que conheço, o revoltar-se contra a política de economias que esíá fazendo o Sr. Presidente do Ministério. S. Ex.a, que é dos tempos da propaganda, deixou, como tantos outros republicanos deixaram, chegar as cousas ao estado em que as vemos.

Há assuntos que correm pela pasta das Finanças, para os quais também desejo chamar a atenção do Sr. Presidente do Ministério, tanto mais que essa pasta cai na sua pessoa.

No programa de antigamente do Partido Republicano Português consignava--se o princípio de que todos os monopólios seriam extintos.

A República não cumpriu com ss^a promessa e com esta afirmação, e todavia era das promessas mais simpáticas e das afirmações mais democráticas que se consignavam dentro do programa do velho Partido Republicano.

Uma ligeira análise nos diz que os monopólios aumentaram. Mas por minha parte declaro que nem por disciplina partidária darei o meu voto a qualquer monopólio, seja ele feito com a companhia dos eléctricos, ou com a dos Tabacos, Fósforos, Gás, com a Moagem on outra qualquer companhia, porque isso condenava unanimemente o Partido Republicano nos tempos da propaganda.

Os rendimentos do consume dos tabacos, por exemplo, desde que haja a liberdade de comércio hão-de ser fatalmente superiores.

Sr Presidente: a minha atitude e toda a ntenção qu§ eu vou votar ao Governo, hão-de naturalmente dizer respeito à pasta dos Estrangeiros.

Começa já pelo provimento das legações chamadas políticas, que existem na Europa. Estilo vagas as legações de Paris

e Inglaterra; a da Inglaterra pela ausência do homem que é hoje preclaro Chefe do Estado; a de Paris pela retirada do Sr. João Chagas.

Têm-se bordado considerações de ordem vária, a respeito principalmente da de Paris. Certamente que se não irá nomear para lá qualquer figura, por mais eminente que seja, que não seja um republicano.

Fala-se no Sr. Augusto de Castro, director do Diário de Notícias.

Sr. Presidente: o S::. Augusto de Castro não é nem nunca foi republicano!

;Não é nem nunca foi diplomata; O Sr. Augusto do Castro não passa dum mandatário da Moagem. Por mais respeito que.possa ter o seu jornal, ele ó um mandatário dos que sacrificam o povo.

Veja V. Ex.a PSS& Moagem que tem enriquecido este ano com mais 100:000 contos, defraudando o País e fornecendo ao povo um 'pão cada vez mais intragável.

. Não se iluda Y. Ex.a com artigos de política económica quo porventura possa fazer publicar o Sr. Augusto de Castro, e não consinta que para uma legação essencialmente política como é a de Paris seja enviada uma criatura que não é ré publicana.

Tem V. Ex.a no Ministério dos Negócios Estrangeiros pessoal em disponibilidade, republicanos históricos e que têm todas as condições para bem desempenhar aqueles cargos. Não tem pois V. Ex.a que ir lançar mão de criaturas estranhas àquele Ministério.

Eu tenho pena de que não esteja presente o Sr. Ministro do Comércio meu prezado amigo Sr. António Fonseca, porque desejava versar um assunto que corre pela sua pasta.

Como porém o assunto é de interesse nacional, eu vou ocupar-me dele.

Trata-se da emissão dos selos comemorativos do raia aéreo efectuado pelos heróicos aviadores Gago Coutinho e Saca-dura Cabral.

Eu gostaria muito de ver sentado nas cadeiras do Poder o Ministro dessa época, para escalpelizar o seu procedimento e para chamá-lo à responsabilidade de um acto tam leviano por ele praticado.