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Sessão de 16 de. Janeiro 'dei 1924

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autoridade no nosso País nem sempre tem sido devidamente respeitado.

Muitos apoiados.

Já é tempo, me parece, de, .sob este ponto de vista, entrarmos no verdadeiro caminho.

Todos nós sabemos que o Governo do nosso País nem sempre tem sido muito bem administrado e justo é, e tempo é também, que entremos resolutamente no caminho da compressão de despesas, porque só' assim é que os Governos, quaisquer que eles sejam, podem adquirir autoridade moral precisa para exigir ao contribuinte novos impostos, mas para isso ó preciso que se entre'decididamente num caminho de verdadeira moralidade administrativa e acabem certos esbanjamentos e também certos escândalos que por vezes tem havido na administração do nosso País.

É propósito do Governo, propósito patriótico, equilibrar o Orçamento, será esse o primeiro passo para a nossa regeneração financeira, ó esse o caminho que devemos seguir para nós podermos sair desta atmosfera verdadeiramente esmagadora que a todos nós asfixia, em que vivem todos aqueles que não sejam muito ricos ou que. não acumulem muitos empregos; para os restantes é uma situação esmagadora.

O Governo só poderá. ter autoridade moral se.fizer a compressão de despesas, só assim poderá conseguir o patriótico objectivo o equilíbrio orçamental; sem isso não há possibilidade de obter melhoria cambial, e sem isso não há confiança da parte dos individuos que possuem capitais e sem isso não podemos evitar o êxodo que tem havido de capitais, que podiam estar empregados no nosso país e que por íalta de confiança têm ido para o estrangeiro.

Sr. Presidente: norteie-se o Governo por este princípio, o único que eu julgo actualmente verdadeiramente patriótico e conveniente aos interesses do País, pode contar com o meu. sincero e leal apoio.

Tenho dito.

O Sr. Ribeiro de Melo:—Sr. Presidente: embora o Sr. Pereira Osório tivesse feito a apreciação da declaração ministerial do Governo presidido pelo Sr. Álvaro do Castro e falasse em nome do Grupo Parlamentar Democrático e tivesse pro-

ferido palavras de apoio que se casam perfeitamente com a minha opinião, eu não quis deixar' do usar da palavra para di zer alguma cousa que me parece uecessá-rio ao Governo do Sr. Álvaro de Castro.

Sr. Presidente: eu sou dos republicanos que se julgam nesta hora satisfeitos com fa organização do Gabinete do Sr. Álvaro de Castro.

E muito difícil-satisfazer-me a apresentação de qualquer ministério.

Mas, o que vejo, é que o Sr. Álvaro de Castro procura resolver um grande problema, de maior conveniência para 'a Nação.

Assim tem o Sr. Álvaro de Castro no seu primeiro relatório afirmações que me satisfazem inteiramente.

S. Ex.a tem a coragem de lançar mão de um propósito governamental que infelizmente tem sido muito prometido mas não executado.

S. Ex.a, antes de se apresentar ao Parlamento, começou por enfrentar o problema do funcionalismo público, fazendo umas economias que as leis votadas lhe ( davam possibilidade de fazer.

Perante este procedimento, deve este Governo merecer a confiança do todos os portugueses, e nomeadamente de todos os bons republicanos.

Fez S. Ex.a, aquilo que ainda não vi fazer com nenhum Ministério.

S. Ex.a, que é um dos políticos de maior destaque, teve ainda a felicidade de escolher para auxiliares da sua obra governamental, pessoas das mais ilustres e das mais simpáticas.

Não me importa que o Governo não seja partidário.

Ele contudo na maioria ó constituído por boas figuras de republicanos.

Para o Ministério presidido pelo Sr. Álvaro de Castro ofereceu o Partido Democrático duas pessoas que gozam de grande conceito no partido.

O Sr. Ministro da Justiça que tem feito os maiores sacrifícios pela República que se afirmou como republicado dentro do regime da Traulitânia. merece de todos os republicanos um grande apreço, uma grande consideração e uma grande estima.