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Diário das Sessões do Senado

visto que administradores da moagem que ganham 900' contos anuais.

Se S. Ex,.a tivesse tomado medidas eti-cazes tendentes a restabelecer a normalidade económica e a moralizar os serviço» públicos, dar-lhe-ia todo o meu apo~o.

Mas perante o que vejo, descreio muito da sua acção governamental.

Assim, vemos cada uma das verbas consignadas no orçamento dos Ministérios e pelo que respeita ao Ministério da Guerra as reduções feitas são bem mininas em relação ao total consignado.

Ora, o Sr. Ministro das Finanças bem podia, se lhos tivesse pedido, dar os elementos essenciais para fazer uniu maior redução.

Ninguém mais do que eu tem defendido o princípio da compressão das despegas, e eu muito folgaria em procurar o Sr. Álvaro de Castro para o felicitar pela sua obra se tivesse sido feita neste sentido.

Quem ler a parte do relatório que trata do aumento de-receitas resultantes do medidas do Governo, verá que é tudo quanto há de mais fantástico e de mais fictício.

Sanatório da Madeira, electricidade de Ajuda!

E suprimiu mais este'Governo as cavalariças do Paço de Belém, supressão que não vem aqui mencionada, mas que também o merecia visto que está englobado na categoria das outras «receitasy.

Eu não considero receita a venda de objectos, receitas são contribuições., impostos, tributos que o povo paza anual e periodicamente.

Este aumento é insignificantíssirno., não influi nada na extinção do deficir.

Eu vou terminar, e para tanto, quero chamar a atenção do Sr. Ministro da Guerra para que S. Ex.a volva os seus olhos misericordiosos para os mutilados de guerra.

J algo que V. Ex.* desconhece o que diz o Século do dia 6 deste mês, respeitante a 6st€> assunto. Aí há factos que muito nos envergonham, que nos vexam até perante os outros países.

Eu *ou contar a V. Ex.a um facto, e esperoqoe V. Ex.* tomará nota, pela alta justiça que merece a pessoa a quem me vou referir.

Trata-se de um mutilado de guerra, um heróico e brioso militar que tomou

parte na batalha de 9 de Abril, e que regressou a Portugal, sem um braço, tuberculoso, condenado à morte.

Morreu em Novembro desse ano, esse herói que se chamou António Barnabé, um homem que trouxe da França quási todas as. grã-cruzes, e deixou sua mulher e os seus dois filhinhos na miséria, porque até hoje não lhe foi dado l centavo da sua pensão de sangue.

Não sei se se trata de dificuldades burocráticas, nias o caso, contado nos seus termos gerais, é, como V. Ex.a vê, profundamente impressionante.

Espero que V. Ex.a, pelas suas altas qualidades do militar não esquecerá esta família, e tomará na devida consideração' as minhas palavras.

Vou terminar.

Muito folgaria, Sr. Presidente, em ter ensejo de me arrepender das palavras que pro:eri, e vir aqui elogiar o Sr. Álvaro de (lastro e o seu Govêrnt) por terem enveredado por um caminho altamente patriótico que conseguisse melhorar as condições de vida da nacionalidade portuguesa.

O Sr» Roberto Baptista: — Sr. Presidente: a situação que presentemente tenho nesta casa do Parlamento, como Senador independente, obriga-me a definir a minha atitude perante o novo Governo,. visto que não tenho a menor ligação com qualquer dos agrupamentos políticos aqui representados, embora por todos tenha muita consideração e neles encontre muitos amigos pessoais.

Encontro-me presentemente apenas com a qualidade de republicano e nada mais.

Sr. Presidente: começo as minhas considerações por enviar ao Governo os meus cumprimentos, não só em obediência à& velhas p raxes parlamentares e no cumprimento de um dever de cortesia, mas muito especialmente também, confesso, porque confio que da acção do novo Governo alguma cousa do útil e proveitoso há-de resultar para o nosso País.

Muitos apoiados.