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Diário das Sessões ao Senado

gum dos seus membros, mas não contava que fOsae o Sr. Ministro do Interior que nos aparecesse.

Tanto melhor.

Desejo pedir algumas exj-licaçftes acerca de notícias que vêm nos jornais de maior circulação, e dizem respeito à projectada viagem de S. Ex.a o Chefe do> Estado à cidade do POrto.

Nessas noticias, muito recentes, e repetidas era outros jornais, diz-se, entre outras coadas, que se deslocarão das suas bases alguns navios para seguireis para o Porto a comboiar o Chefe do Estado,, que irá embarcado e para quem se estão já preparando aposentos a bordo de navio, que j algo será o Vasco da Gama, para o conduzir.

Ocorre preguntar ao Governo de que o Sr. Ministro faz parte, o diz ost&r resolvido u comprimir energicamente aã despegas : £ quem paga e qranto

Já duma vez, fazendo aqui observares a respeito de uma deslocação de navios, tive íi estranheza, para não dizer o desprazer de ouvir do então Ministro da Marinha a afirmação de não haver aumento de despesas, visto que os navios se tinham feito para navegar l

Espero que desta vez se me não dê resposta idêntica.

Para graça, basta uma vez; e, -e dessa vez não o declarei, não me dei por 'satisfeito com essa peregrina resposta. . Isso, porém, foi vento qoe passou, e depois, mais tarde, tive ocasião de louvar o mesmo Ministro pelo modo como tinha procedido, em dada altura com as despesas enormes feitas por esses navios e pelo G-ovêrno para não deixar em meio um brilhante feito.

Perante a situação aflitiva em ç ue estamos, em que mais e mais se acentua dia a dia, hora a hora a, carestia dos objectos de primeira necessidade, não se explica a necessidade ou conveniência de se ir gastar uma enormidade de carvão, simplesmente para comboiar um navio em c nu o Chefe do Estado vai de passeio de Lisboa ao Torto.

O Sr. Ribeiro de Melo:—Não apoiado.

O Orador:—j Pode S. Ex. não gostar, mas eu estou mais uma vez de acordo

com a extrema esquerda da Câmara, em que tenho ouvido S. Ex.*, com o calor e entusiasmo conhecido, zelar sempre pela restrição de despesas !

Vá S. Ex.a divertindo-se, se isso lhe agrada, mas pode crer sinceraniente: estou a falar sério.

Quero qoe o Chefe do Estado, quando assim é preciso, n£,o deixe de cumprir os seus actos oficiais com aquela decência conveniente, e não posso esquecer que S. Ex.a representa, de facto, a Nação, mas entre este modo de ver e o fazer as cousas com despesas desnecessárias, vai um abismo.

Mas há mais.

• Não vejo também que para o representante democrático de um país que se diz oficialmente democrático ou que V. Ex.as querem que seja democrático —o que é contestável, com muito bons fundamentos, porque para mim o país é ainda e sempre fundamentalmente monárquico e católico— haja necessidade de se tomarem por completo todos os aposentos do primeiro hotel do Porto, para alojar o Chefe do Estado e a sua comitiva.

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Quanto custa'?

Quem paga ?

£É da dotação privativa do Chefe do Estado que sai esse dinheiro ?

O Sr. Pereira Osório (interrompendo]:— E a Câmara Municipal do Porto.

O Drador:—Todos nós sabemos que a Câmara Municipal do Porto, como a de Lisboa, estão arruinadas, e que no fim de contas quem vem a pagar as contas é sempre o desgraçado contribuinte.

Ês;e é o facto verdadeiro, indiscutível, o fac~o positivo.

Mas há mais.

Parece que, por sugestões-seja de quem for, se entendeu que uma récita de gala promovida no Porto não podia ser dada senão com uma companhia lírica. A companhia lírica está contratada para vir a Lisboa dar algumas récitas, e deve chegar a esta capital em 26 ou 27 deste mês o mais tardar. Precisa de cinco dias para ensaios, tem de se deslocar daqui para o Porto. Quanto custa? Quem paga?