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fêessâo de ÊÊ de Janeiro dê Í&Ê4

130 ou 140 e tantos mil réis cada libra, para ir dar uma récita ao Porto se o pessoal da companhia quiser ir, se o elenco da companhia ó puder fazer. ^Mas se o puder fazer, quanto custa, quem paga essa exigência ? '

E isso que precisamos saber.

£ Sai da Câmara .Municipal do Porto a despesa com a deslocação e vencimentos dessa companhia?

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O Sr. Pereira Osório (interrompendo):— São os que 'forem assistir ao espectáculo pagando por bom preço os lugares.

O Orador: — jO preço dos lugares é uma cousa, a deslocação é outra, e às exigências podem e hão-de ser de tal importância e em tal quantidade que há quem as compute em centenas de contos!

Mas há mais. Parece que se indica que só uma ou duas óperas sejam as convenientes para esses efeitos: — a Madame Butterfly ou os Palhaços.

Jtisos.

E porquê? ^Qual a razão por que se indicam duas óperas especiais sem saber se elas estão ou não nas possibilidades da companhia?

O Sr. Pereira Osório (interrompendo):— V. Ex.a tem a ingenuidade de acreditar em tudo aquilo que vem nos jornais.

O Orador:—V. Ex.a, vindo do Porto, poderá saber ao certo qualquer cousa a esse respeito; eu não. Estas cousas vêm por vários canais até mim. Se são" verdadeiras ou não, em absoluto, não sei; mas protesto contra esse desperdício por me parecer absolutamente desnecessário para acompanhar a viagem de S.^Ex.a o Chefe do Estado, e para isso se fazer com a decência precisa se desloque tanta gente, se gaste tanto carvão, se ostente tanto fausto, se despenda tanto em música, foguetes, vivas e tudo o mais à custa do Estado.

Se V. Ex.a se diverte à custa dos seus vencimentos, aliás votados, ilegal e inconstitucionalmente, ainda no consulado do seu antecessor, está muito bem. Nada tenho a opor.

Foi sempre opinião minha que o Governo, os Ministros, o Chefe do Estado, devem representar decentemente o País, mas entre decência e desperdício há um abismo, e a esse respeito espero ouvir declarações do Governo para saber para onde caminhamos.

Não veja V. Ex.a, Sr. Ministro:, nas minhas palavras má vontade contra S. Ex.a o Chefe do Estado. Não há, não existe, qualquer iná vontade, nunca o vi, nem sequer o conheço. Devo contudo estar em boas relações com S. Ex.a, visto que do protocolo da Presidência me mandaram um convite para assistir a uma festa dada por S. Ex.a um destes dias.

Talvez seja um contrassenso mandar um convite deste género a um representante deste lado da Câmara porque nós somos monárquicos, monárquicos confessos, declaradamente monárquicos, em público e raso declaramos ser anti-republi-canos. Não queremos nada com este regime, e só dele suportamos os malefícios.

O Sr. Ribeiro1 de Melo (interrompendo):— Mas V. Ex.a tem relações com republicanos.

O Orador: — Sem dúvida, com alguns até de intimidade. .

Toda a gente sabe que tenho relações da maior intimidade com o nosso prezado colega Sr. Augusto de Vasconcelos, e de há muitos anos.

Ainda não se pensava em Eepública, pelo menos muitos colegas nossos não acreditavam ainda na possibilidade da Eepública em Portugal, e já o Sr. Augusto de Vasconcelos, em plena monarquia, era republicano, e eu dava-me com S. Ex.a e com ele mantinha estreitas relações de amizade.

Uma cousa que rne não pode passar na garganta, uma cousa que me engasga é que militares de uma certa patente fossem republicanos antes de 5 de Outubro l ; Não há meio de aceitar tal facto!

O Sr. Joaquim Crisóstomo (interrompendo):— Mas agora pode haver militares monárquicos.