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Sessão de 22 de Janeiro de 1924

dar o maior lustre possível a essa viagem e em dar um espectáculo de gala. O Governo não paga um ceitil à respectiva companhia; não intervém no espectáculo suja no que for. Com a viagem do Sr. Presidente da República não se vai gastar senão o estritamente indispeusável. E faço aqui uma afirmação.

E que, com a viagem do Sr. Presidente da República, não se chega a gastar duas dezenas de contos, o que significa que fica muito aquém da quinta parte da importância mínima atribuída pelo Sr. Oriol Pena.

Mas, preguntou S. Ex.a: ^Quom é que paga essa despesa? E o contribuinte? Sem dúvida que é o contribuinte, como de rosto, todas as despesas que. o Estado faz são pagas pelo contribuinte.

Devo, porém, dizer que esta viagem não é dispensável.

As viagens dos Chefes do Estado não eram dispensáveis no tempo da monarquia, e também o não são na República.

Não mo consta quo durante a monarquia, em Portugal, o Ch^fe do Estado não fizesse as suas viagens quando era necessário fazê-las, e que nelas se não fizesse acompanhar daquele natural iuzi-mento que é próprio quando só desloca o primeiro magistrado da nação.

Mas eu garanto a S. Ex.a quo a despesa que se vai fazer não chegará a 20.000$, porque, além do luzimento que o Governo lhe dará, as boas vontades e o entusiasmo na cidade do Poito são tantos, que esta viagem terá todo o brilho e grandeza que ela precisa.

Vozes: — Muito bem! Muito bem!

O Orador: — Mas disse também o Sr. Oriol Pena que o país é monárquico.

S. Ex.a, que foz essa afirmação, é porque tem razões para isso. E como S. Ex.a, logo 'a seguir, aludiu ao convite que recebeu do Sr. Presidente da República para assistir a uma festa, eu devo dizer aqui umas palavras muito sim] lês a êsso respeito, e é que o Sr. Presidente da República não é o Presidente dos republicanos portugueses.

S. Ex.1 é o Presidente de todos os portugueses (Apoiados), o, assim, quando o Chefe do Estado dá uma festa convida naturalmente as pessoas que têm direito

a assistir a elas, sejam monárquicas ou republicanas, no que só só honra, porque traz ao seu convívio todos os portugueses com quem quere estar em contacto, para assim melhor desempenhar o alto lugar que ocupa.

Não sei se o Sr. Oriol Pena deseja mais algumas explicações. Se as deseja basta formulá-las, que eu responderei.

O Sr. Oriol Pena (para explicações):— Sr. Presidente: agradeço muito sinceramente a forma cordia.1, correcta, amável (í delicada da resposta dada pelo Sr. Ministro do Interior às breves considerações por mim aqui produzidas.

Sem querer entrar propriamente na parto em quo S. Ex.a mu deu. muito gentilmente, explicações sobre a data a festejar em 31 de «Janeiro, aliás de todos co-nhecida!-. data que representou a primeira tentativa violenta dos republicanos para implantar a República, tentativa levada a efeito quando eu, mais ou menos vagamente, me ocupava de política, facto ocorrido Jiá mais de trinta anos, não posso, no omtanlo, deixar do fazer umas pró guntas que respondem à . afirmação por S. Ex.a feita quando disso ter essa tentativa, agora festejada, sido feita por o país estar então irritado contra o mau Governo da monarquia!

Pregunto sinceramente à consciência de V. Ex.!l, Sr. Presidente, à consciência do ilustro Ministro do Interior o à.consciência do toda a Câmara se entendem termos melhorado, se a situação do hoje é melhor do que a de então, se o país pode receber a República com mais agrado, e se a sua implantação em 5 de Outubro de 1910 não foi um simples bambúrrio.

Neste ponto somos irredutíveis. S. Ex.a festeja a sua data; eu festejarei a minha, sã ela chegar.

S. Ex.a diz que não. Também S. Ex.a dizia que não, quando llie falavam em Si-dónio Pais, o afinal o Sidónio veio o o país esteve em sossego.

Vozes : — Em sossego! Em sossego !

O Sr. Júlio Ribeiro: nunca houve sossego!

Nesse tempo