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Diário, da» Seêsõeê do Senado

última morada do grande homem de letras; ter-se iam evitado se o Poder Executivo tivesse em mais consideração a Câmara do Senado e escolhido alguns dos seus representantes para fazer parte dessa comissão nomeada pelo Governo para tratar dos íunerais do Sr. Teófilo Braga; mas sistematicamente o Governo esqueceu-se de que existia a alta Câmara e fez a desconsideração imerecida ao Senado de não escolher nenhum membro dp Senado.

Peço a V. Ex.a, Sr. Ministro do Interior, o favor de transmitir ao Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças, que é o autor dessa comissão, os reparos que eu faço na qualidade de Senador, que protesto veementemente por essa falta de consideração e respeito a que nós, embora estejamos dispostos a habilitar o Governo a dar-lhe a autorização precisa; no emtíinto estamos dispostos a não tolerar.

A desconsideração qoe o Governo faz é preciso que tenha um ponto final e que esse ponto final seja o mais breve possível.

Para qae o Poder Executivo possa continuar a ter a confiança desta Câmara, é necessário que saiba corresponder às atenções que tern merecido da alta Câmara da República,.

Mas, Sr. Presidente, já o Sr. Augusto de Vasconcelos fez sentir ontem a questão de que a comissão que dirigia o funeral não teve para o Senado a atenção devida, não levando ao conhecimento do Sr. Presidente do Senado, que é por assim dizer o chefe da casa, transportando o corpo do eminente homem sem a menor pait'cipação.

,No Diário de Lisboa veio publicado em letras redondas que a maior ofensa que se podia fazer ao eminente sábio era o fazerem transportar para o edifício do Congresso da República o seu corpo.

Isto foi escrito em letras redondas naquele jornal, o que merece o maior protesto nosso, porque ó exactamente no edifício do Congresso da República onde pode receber homenagem o cadáver do eminente homem de letras, que foi membro das Constituintes, do Governo Provisório,, onde por bastas vezes usou da palavra, qaer ,cc*no Deputado às Constituintes, ,e ainda na qualidade de Presidente do Governo Brõvisório. Mal vai ao Governo

e mal iria também ao Parlamento se não protestasse contra as palavras escritas no* Diário de Lisboa. Pela minha parte o-meu protesto é veemente e a desconsideração em que se pretende envolver os. parlamentares e o Parlamento, é, da minha parte, creia V. Ex.a, inteiramente devolvida.

Sr. Presidente: pouco me preocupa a. ditadura, assim como me preocupa a defesa que a ditadura possa ter por parte: desse jornal.

A nós republicanos e portugueses, no-dia de hoje, apenas nos preocupa uma cousa: é prestar as homenagens bem sinceras e que signifiquem o respeito da, Facão pelo eminente sá,bio Dr. Teófilo. Braga.

Não ternos que nos preocupar 'com cousas mínimas. A nossa preocupação' neste momento era a de que o Governa se fizesse representar nesta Casa do Parlamento em todo o número, acompanhando a discussão deste projecto de lei de modo a que se não praticassem os inconvenientes apresentados pelos ilustres-Senadores Srs. Herculano Galhardo e-Dias de Andrade, porque, efectivamente, não me parece que seja um templo cristão o mais apropriado para servir de última morada ao grande morto.

Tenho dito.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Sr. Presidente: o Sr. Ministro do Interior, a cuja primorosa educação prestamos todos a devida homenagem, é com certeza o primeiro a sentir-se mal, vendo-se só naquele lugar, neste momento desacompanhado do chefe do Governo, que tinha obrigação de aqui estar. A desatenção que isso representa para com o Senado e para com a figura que glorificamos é uma das cousas que não podem passar sem reparo; o eu faço o meu protesto como ele é merecido. Além disso as questões-que aqui se levantaram são de tal melindre que não eru demais que S. Ex.a aqui estivesse para responder por elas.

As questões de consciência levantadas pelo Srs. Herculano Galhardo e Dias de Andrade precisam duma decisão que seja de harmonia com os pontos de vista por S. Ex.a expostos.