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Sessão de 6 de Fevereiro de 1924

Se assim fosse, ainda o Sr. Ministro

Por ordem da Moagem, que é um Estado dentro do Estado, que ato se gaba de fazer Governos, se vier o agrément e o Sr. Augusto de Castro for para Londres, implantar-se há mais uma padaria inglesa.

O Senado deve ter bem presente a entrevista que o Sr. Augusto de Castro teve com Sua Majestade o Rei de Espanha e, sobretudo, a resposta que Trindade Coelho, no jornal A Pátria, deu ao Ministro de Portugal em Londres.

A esta hora está o Chefe do Estado, juntamente com os republicanos do Porto,. festejando a data gloriosa da Eevolução de 31 de Janeiro.

Talvez a esta hora o Chefe do Estado

Como sacrilégio à memória desses pre-•cursore'8 da Eepública, o Governo do Sr. Álvaro de Castro, tendo na pasta dos Negócios Estrangeiros o Sr. Domingos Pereira, nomeia o Sr. Augusto de Castro, representante da Moagem, Ministro de Portugal em Londres.

Nestas considerações, sou apoiado por muitos dos meus correligionários do Partido Republicano Português, que não podem consentir, de modo nenhum, que se mantenha uma tal nomeação.

; E não se há-de manter, Sr. Presidente !

E não se há-de manter desde que o -olho vigilante da República e dos republicanos faça ver que tal acto vai de encontro às próprias instituições republicanas, que nós todos juramos defender.

Se for preciso abrir a crise ministerial, que se abra o mais depressa* possível e que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros vá para a Presidência da Câmara dos Deputados, pois é lá que S. Ex.a tem o seu lugar de direito — e é o caso de se aplicar a frase inglesa: the right man in the right place.

Sr. Presidente: o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros não tem feito a política que a República exige; antes tem continuado a baralhar as cartas do jogo político a que todos nós temos assistido.

É isto o que pensam os republicanos, e é por isto que eles amanhã, se preciso, for, não digo que irão ao Monsanto, mas darão o seu esforço para uma violência.

A justiça popular virá mais depressa do que nós sonhamos, desde que saibamos que a fome é má conselheira.

O Governo deve promover o barateamento da vida e o congraçamento da família portuguesa.

Isto não se faz, porém, e a situação agrava-se.

Veja o Senado como determinadas figuras que não estão arregimentadas em partidos políticos se estão dirigindo ao Parlamento.

Vejam-se as entrevistas do Diário de Lisboa.

Há pouco quando entrou pela última vez para o edifício do Congresso da República o féretro do eminente republicano Teófilo Braga, dizia o cronista parlamentar do Diário de Lisboa, na Câmara dos Deputados:

Leu.

E contra isto, Sr. Presidente, apenas protestou uma pessoa, o Sr. Vice-Presi-dente da Câmara dos Deputados.

Mas há mais.

Porque se não tomam as providências necessárias? Vem uma outra entrevista no mesmo jornal, realizada com o comandante Filomeno da Câmara, em que se fazem referências desprimorosas para o Congresso da República.

Sr. Presidente: essas referências são estas :

Leu.

Sou um novel parlamentar, e, portanto, não me toca tanto a mim como aos velhos parlamentares uma reacção imediata sobre estas palavras.

Isto é uma afronta aos representantes da opinião pública, Sr. Presidente.

Muitos apoiados.

Mas, com dor o digo, Sr. Presidente, se efectivamente foram estas as palavras proferidas pelo comandante Filomeno da Câmara, desejo preguntar ao Sr. Ministro da Marinha se tomou já algum procedimento contra este comandante.