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Sessão de ô de Fevereiro dó 1924

são aquelas que obedecem aos seus superiores.. És sés homens são bons republicanos porque têm a confiança do Ministro, e o Ministro não podia deixar de ser bom republicano porque tom a" honra de ser Ministro da Èepública.

Desejo dizer, por último, quo, se as praças têm dado provas do seu bom republicanismo também as têm dado os oficiais, porque não conheço nenhum movimento em que o sacrifício não fosse feito por todos.

Fiz estas considerações no sentido de defender a Armada. Mas se houver militares da Armada que façam excepção, não os defenderei, nem aqui, nem em parte alguma,

Vozes:—Muito bem!, muito bom! O orador não reviu.

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O Sr. Ribeiro de Melo (para explicações}-.— Sr. Presidente: agradeço ao Sr. Ministro da Marinha a resposta que me acabou de dar.

Efectivamente S. Ex.a não podia ver nas minhas palavras nenhuma insinuação à sua fé republicana, antes eu afirmei a S. Ex.a que tinha a maior admiração pelas suas qualidades de oficial da Armada e pelas provas já dadas como republicano, e tenho a certeza de que S. Ex.a ha-de manter na corporação da Armada aquele espírito de paz o de concórdia de que tanto é mester nessa corporação, não só no que diz respeito aos subalternos como aos oficiais de alta patente, corno seja o Sr. Filomeno da Câmara, cuja entrevista, como já disse, foi publicada no dia 5 do corrente no Diário de Lisboa.

Mas agora que está presente o Sr. Presidente do Ministério, que é o responsável pela política geral do gabinete e que ó um republicano com quem eu conto, gos-taria de ouvir a S. Ex.a, que acaba de chegar da cidade invicta onde se prestou ao Sr. Presidente da República, uma grandiosa recepção, gostaria de ouvir, repito, se S. Ex.a. conhece a entrevista do Sr. Augusto de Castro, que eu cognominei de arauto da Moagem, publicada no Diário de Notícias, entrevista realizada com o Chefe do Estado da Nação vizinha; se S. Ex.a conhece os artigos de fundo publicados no mesmo jornal; se sabe de

uma entrevista com Lord Cursoh,-entrevista que- foi malsinada; se S. Ex.a cc-nhece à doutrina desses artigos que não podem, .de maneira alguma, ser de simpatia para a política britânica; se S. Ex.a está ao par dos protestos • da opinião republicana, que não tolera, nem pode admitir a nomeação do Sr. Augusto" do Castro para a nossa legação em Londres, o se S. Ex.a está disposto a sustar • o despacho que^foi dado, independentemente da resposta do Governo britânico, dando o seu agrément a essa nomeação.

E preciso que o'Sr.-Presidente do Ministério diga se foi constrangido que fez essa nomeação, .ou sé a fez, voluntariamente, como republicano, pura salvar a nação. • . .

ji( preciso que o Sr. Presidente do Ministério diga quo não tem receio das altas individualidades e das críticas que lhe possam fazer o Diário de Notícias, e se quere ficar bem com a consciência republicana, ou se mantém^ contra a vontado de todos, essa nomeação, fazendo com que a República passe a sor enfarinhada pela nomeação do Sr. Augusto de Castro para a legação do-Londres.

Desejo também saber se o Sr. Presidente do Ministério conhece a entrevista do Sr. Filomeno da Câmara, publicada no Diário de Lisboa, na qual esse oficial chamou rapazio aos parlamentares, e se S. Ex.a está resolvido a aplicar-lhe a mesma doutrina, que foi aplicada ao brioso oficial Gomes da Costa. :

A nomeação do Sr. Augusto de Castro não pode manter-se, porque ela envergo-nhã a consciência republicana, sob pena do Sr; Presideâte do Ministério poder contar amanhã com o -nosso protesto que. possivelmente irá até mais longe do que S. Ex.a pensa.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro do Castro): — Sr. Presidente: no último dia de sessão no Senado, alguns Srs. Senadores fizeram várias considerações sobre a não presença de membros do Governo nesta Câmara.