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Sessão de lô de Fevereiro de 1924

outra casa do Parlamento estará algum membro do Governo que pudesse vir assistir à sessão ?

O Sr. Presidente:—Vou mandar saber, e se V. Ex.a permite, eu dou a palavra a outro Sr. Senador e depois dou-a V. Ex.a

O Sr. Costa Júnior:—Sr. Presidente : não estando presente nenhum membro do Governo, chamo a atenção de V. Ex.a para as minhas palavras.

Está-se fabricando em Lisboa mau pão e em pequena quantidade, e aumentando--Ihe o preço de uma maneira extraordinária.

Eu sei que é livre esse aumento, mas eu entendo que é preciso pôr —permitam-me V. Ex.as o termo— um freio à especulação que se está fazendo com o preço do pão e das farinhas.

Solicito de V. Ex.a a fineza de informar o Sr. Ministro da Agricultura de que eu desejava a presença de S. Ex.a nesta Câmara, para lhe falar.

O Sr. Lima Alves:—Sr. Presidente: li num jornal da manhã que a Comissão Executiva do Congresso havia resolvido pôr a concurso dois lugares de dactilógrafas.

O Sr. Presidente: — Isso não é verdade.

O Congresso tem uma porção de vagas de funcionários e não tem preenchido nenhuma, quanto mais criar lugares no-vos.

O Orador:—Se não é verdadeira a notícia, dispenso-me de fazer quaisquer considerações.

O Sr. Presidente:—Há realmente concurso mas é para-taquígrafos. Esses são indispensáveis.

O Sr. Artur Costa:— Os taquígrafos não têm nada com' dactilógrafas, e os taquígrafos são realmente indispensáveis.

O Sr. Procópio de Freitas:—Sr. Presidente: começo por lamentar a falta do Governo nesta Câmara.

Se vamos esperar pela presença de algum Ministro nesta Câmara para dizermos o que temos a dizer nunca falaremos.

Isto não pode ser.

Apesar dos nossos veementes protestos, o Governo continua a afastar-se desta casa do Parlamento. ~^-

Apoiados das bancadas nacionalistas.

Ao mesmo tempo que • o Governo diz estar comprimindo as despesas e legislando no sentido de melhorar a situação cambial — de facto ultimamente tem havido uma melhoria que eu desconfio que é para mais tarde vir a dar-se o salto de tigre — o que vejo ó que a vida está encarecendo dia a dia de uma forma pavorosa.

Ultimamente aumentou' o preço do pão e eu desejava saber porque é que se não estabelece um preço legal para o pão como sempre houve, mesmo nos tempos normais. A carne e o peixe também aumentam de preço de dia para dia.

O que eu desejava ver da parte do Governo era a adopção de medidas enérgicas contra os especuladores, contra essas companhias que exploram ignobilmente o povo, chegando alguns a obter lucros de 200 e 300 por cento. A Moagem ganha hoje o que queie.

O peixe é descarregado a pouco o pouco a fim de a abundância não fazer de-minuir o preço.

O que se tem dado com a carne é também verdadeiramente escandaloso»

^0 que "faz o Governo perante a exploração de que o povo está sendo vítima? Toma medidas mais ou menos teatrais para iludir o público.

Os funcionários públicos que não tenham outros vencimentos senão aquilo que o Estado lhes dá vivem em dificuldades tremendas. É necessário que o Governo ataque o problema da carestia da vida com energia.

Aproveito a ocasião de estar com a palavra para chamar a atenção do Senado para a situação em que se encontra a guarda fiscal.