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Diário das Sessões do Senado

tuação dos soldados e os serviços seriam mais úteis.

Fui informado de que, em Castelo de Paiva, por ocasião do julgamento de um antigo republicano, o Sr. Adriano de Macedo, o juiz foi incorrecto para com o povo que assistia, chamando-lho malcriado, sem motive algum.

Peço a V. Ex.a que chame a atençio do Sr. Ministro da Justiça para este facto e também que transmita ao Sr. Ministro da Agricultura'e ao Sr. Ministro das Finanças as considerações que fiz í.cêrca da carestia da vida e da situação dos soldados da guarda fiscal.

O Sr. Presidente: — Comunicarei aos Srs. Ministros- respectivos aí, considerações apresentadas por V. Ex.1

O Sr. Joaquim Crisóstomo : — Sr. Presidente: quando o número de Ministros era menor do que aquele que é actualuente, era vulgar o Governo fa/er-so habitualmente representar no Senadc; agora que esse número está elevado a onze não é fácil de, pelo menos, comparecer um Ministro às sessões do Senado, a fim de representar o Governo. Isto contrasta absD-lutamente com as declarações que o Sr. Presidente do Ministério (Álvaro do Castro) expressa no seu primeiro relatório, em que declarou que o Governo dtísejr.va colaborar com o Parlamenta e solidarizar-se com a sua obra!

Mais duma vez se têm feito aqui reclamações idênticas àquelas cue acaba de formular o Sr. Procópio de Freitas, ní"o obstante o Governo propositada e sistematicamente não comparecer às sessões, o que é grave pela desconsideração que isto representa para uma das cr,sas do Parlamento.

Eu chego mesmo a interpretar por um aspecto muito diverso que talvez a Câmara não interprete, a não ser dois eu trás Ministros que são os Srs. Álvaro de Castro, Sá Cardoso, Mariano Martins e António da Fonseca, todos os demais :ião se sentem bem aqui nesta casa do Parlamento; parece que o terreno lhes foge ce-baixo dos pés, parece que não têm a consciência de ocupar com merecimento o lugar de Ministros, fogam das discussões.

Isto justifica plenamente o ^uízo que eu

formo a seu respeito e que tive a coragem de afirmar à Câmara quando o Governo se apresentou.

Em épocas gloriosas de Portugal, em que se ascendia àquelas cadeiras só por altos serviços prestados à Pátria, nenhum Minis ti o se recusava ou receava qualquer usiisacão que SB fizesse, e por mais discutíveis que fossem os seus actos eles tinjam sempre a coragem de os defender.

Mas como ninguém me responde e como as minhas considerações em nada aíectan a vida do Grovêrno, vou passar ao assunto que me propunha tratar.

E uma notícia do jornal A Capital de quarta-feira com o título «Última hora».

Sr. Presidente: a cidade de Lisboa vive num eutado de constante intranquilidade. Em épocas ainda próximas conspirava-se tanto como agora se conspira, mas ao menos fazia-se isso em silêncio. Agora as cousas mudaram absolutamente de figura o de aspecto; coaspira-se e dá-se conhecimento na imprensa não só do que se fcz, mas do que se pensa fazer em perturbação da ordem pública. Isto é duma gravidade completa e precisa da parte do Governo providências enérgicas.

;Com que direito se fazem circular boatos que vão afectar e perturbar a vida normal da cidade?

Há pessoas que pela sua condição e pelas suas qualidades não receiam nem temem que uni movimento revolucionário saia para a rua, seguindo com normalidade L sua vida; mas há outras que pela sua falta de coragem, desde que lhes conste que se prepara um movimento revolucionário, metem-se em casa e íecharn--se a sete chaves.

Ora isto ó duma gravidade que o Governo ainda não quis ponderar e acabar. Era necessário que tivéssemos um verdadeiro Governo que chamasse os directores dos jornais e lhes pedisse que se abstivessem de versar assuntos de tal natureza.

A razão de muitas destas notícias, embora dadas com boa fé, visa a Categorizar o jornal, porque se sair certo o que ele disse, no dia seguinte vangloria-se da sua informação.