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Sessão de 19 de Fevereiro de 1924

da Eepública Pertuguesa, que ele conhece bem pelas suas provas em todos os campos de actividade oferecidas.

E ao povo português fez a justiça de o considerar como sempre um povo bom, que tem como aspiração única o contribuir para o engrandecimento da sua Pátria, e para o restabelecimento da ordem nos espíritos e na rua, de maneira a contribuir, trabalhando, para a riqueza do País.

Sr. Presidente: porque isto é assim, e porque eu, como português, amo entra-nhadamente a minha Pátria, e como republicano, respeitando os princípios dos oposicionistas, procuro defender a Eepública com todas as forças da minha alma, com toda a energia fraca de que posso dispor — é-me gratíssimo afirmar que não encontrei em todas as cidades brasileiras que visitei, Pernambuco, Baía, Eio de Janeiro, S. Paulo e outras—o mais pequeno rasto oo manifestação dessa detestada nativomania e jacobinismo brasileiro de que tanto se falou noutros tempos, e que tantos prejuízos nos acarretou.

Encontrei apenas manifestações de carinho, respeito, profundo zelo, pela nossa nacionalidade.

No que respeita à nossa colónia, devo dizer que, especialmente no Eio de Janeiro, onde me demorei longos meses em contacto com ela, existindo no seu seio todas as correntes políticas que aqui se notam, republicanos—radicais uns, outros moderados—monárquicos e até socialistas, eu tive o prazer, o grandíssimo e inefável prazer de observar que a política servia apenas para eles, cada um dentro das associações que os representam, procurar dignificar a Pátria, todos procurando numa unidade perfeita de pensamento e sentimentos concorrer para o seu engrandecimento.

Eu tive a honra, talvez emerecida, de na noite de 5 de Outubro ser convidado a, como orador oficial, na sessão solene do Grémio . Eepublicano Português do Eio de Janeiro — organização política que eu considero matriz de todas as organizações políticas da nossa colónia — tive ocasião de usar da palavra e observei e senti bem quam benéfica era a atmosfera que ali se respirava, porque lá se procurava ensinar apenas a .amar a Pátria pela defesa da Eepública.

E quando porventura, nos centros de cavaco, numa reunião de qualquer natureza, se dizia qualquer cousa em desabono de Portugal, monárquicos, socialistas, republicanos tinham apenas um gesto: era defender à outrance a honra da sua Pátria e da Eepública. "*

Eu vim de lá encantado com tudo isto, e, ainda mais, satisfeito com aquelas autoridades que eu sei que representam o nosso País e a Eepública lá fora.

Tive o prazer de visitar o nosso consulado geral, à frente do qual se acha o Ex.mo Sr. Dr. Sampaio Garrido. Procurei estudar a forma por que ali se trabalha e tive o gosto de constatar que essa alta personalidade se encontra perfeitamente integrada na função actualizada de nosso cônsul, acarinhando e assistindo aos portugueses, e ao mesmo tempo procurando conhecer bem os mercados daquele país, a fim de saber quais os nossos produtos que lá podem ser colocados e quais dos produtos brasileiros podem e devem ser colocados cá, assim procurando de novo adquirir um mercado para nós que, por um tremendo erro de visão, durante a guerra abandonámos.

Assisti a festas puramente portuguesas.

Existem na colónia portuguesa associações de recreio onde se faz belíssima música, e que têm por fim em vista levar até aos mais afastados cantinhos do Brasil as canções portuguesas, de maneira á radicar-se na alma daquele povo o respeito pelo povo de que é natural descendente.

Em todas as associações, em todos os meios dá sociedade brasileira tive o prazer de constatar que um grande respeito e muito carinho ao nosso País eram pelo povo irmão votados e porque com isso muito honrado eu me senti, é que tenho o prazer de o testemunhar a esta Câmara.