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Diário dás Sessões do Senado

Numa entrevista que S. Ex.à teve comigo dispensou-me as expressões mais cordiais que se pode imaginar, como por exemplo esta: .«temos finalmente ao leme da instrução pública uma pessoa competente». Disse-me ainda que a Universidade de Coimbra tinha vontade que eu fosse seu professor, porque era digno disso, e muitas mais expressões cativantes me prodigalizou.

No dia seguinte, nova entrevista com S. Ex.a, tam cheia do amabilidades como a anterior.

Nessa tarde, S. Ex.* partiu para Coimbra.

Não sei o que se deu em Coimbra; mas S. Ex.B passou a considerar-se ofendido por aquele acto que se praticara, que ele sabia que eu praticara, do qual falara comigo, de que se não queixara, que achara muito bem? e que o não impediu de ter as maiores amabilidades para comigo.

E mandou-me um telegrama pedindo a demissão, sem dizer porquê.

Eu tinha que vir para o Parlamento, .quando recebi o telegrama, e disse ao meu chefe de gabinete que respondesse a S". Ex.a, dizendo, que tinha por ele a máxima consideração, que achava que S. Ex.ft estava muito bem no seu cargo, que, tinha o máximo empenho em que S. Í5x.tt lá continuasse, e que não sabia as razões do seu pedido de demissão.

Deram-se com este telegrama dois factosextraordinário s. . "

Primeiro facto : o reitor, não respondeu a este telegrama amabilíssimo.

Segundo facto: o reitor, que se expandiu com certo.s amigos que em Coimbra o encontraram; não lhes disse, nem ao Senado Universitário., quo eu lhe mandara êstp telegrama.

E quem me responde é o Senado Universitário, nuin papel que eu li no Diário de Noticias, antes de^ p ler no original no Ministério.

Respondi à Universidade dizendc que estranhava que, p SenàdP Universitário protestasse contra uma nomeação que havia sido pedida num documento que estava no Ministério e que eu supunha do Senado, porquê, uma proposta de remodelação de serviços que é patrocinada p.elp reitor, leva a duas conclusões: o a a proposta é feita pelo próprio reitor ou então é feita pelo Senado.

S. Ex.a, como disse, não respondeu e eu mandei-lhe um telegrama estranhando que quem me respondesse fôsse o Senado Universitário e não S. Ex.a

A esse telegrama S. Ex.a respondeu com dois telegramas a que não vale a pena raferir-me, que me pareceram resultado de uma grande falta de serenidade e de uma grande falta de senso, que são indispensáveis a uma, pessoa que exerce funções de comando de intelectuais como é o reitor da Universidade de Coimbra.

Não tenho nenhum empenho em que fôsse nomeado oficial-mor aquele indivíduo, cue nunca vi, que nunca conheci e tenho até já dactilografado o decreto que extingue o cargo. Veja S. Ex.a bem, como "eu procedi absolutamente alheio a todps os princípios pessoais ou partidários.

O que é certo é que o reitor pediu a sua demissão; e mais tarde veio a Lisboa c reitor interino, ficando eu sabendo:

A que o projecto de remodelação dos serviços não fora feito pelo Senado, mas sim pelo pessoal da secretaria e que, portanto, eu errara atribuindo ao Senado Universitário uma falta de lógica e de coerência, pTotestando contra, uma nomeação que ele pedira. É claro que eu não podia imaginar que um projecto do pessoal da secretaria pudesse vir até ao Ministério sem conhecimento Q aprovação do reitor.

Apoiados.

O que eu tenho a fazer parece-me simples : visto que o Senado Universitário declarou que efectivamente o cargo era dispensável, suprimo o cargo. Nada mais tenho a fazer.

Trocam-se apartes entre o orador e vários Srs. Senadores. O orador não reviu.

O Sr. Éíbeiro de Melo:—Sr. Presidente: tenho que agradecer ao í5r. Ministro da Instrução as explicações que me deu, explicações que foram dadas com uma firmeza que muito honra S. Ex.a