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Sessão de 19 de Fevereiro de 1924

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cebendo as informações sobre os professores, com carácter mais ou menos reservado, e por esta forma, S. Ex.a fica habilitado a realizar uma selecção eficaz e útil.

Em 1911, já depois de muitos insucessos, a Kepública fez uma bela obra, que foi criar as escolas normais superiores. E porquê?

É porque havia professores de galão branco e professores por concurso. Os , professores de galão branco eram aqueles que a política tinha nomeado para' exercer o magistério e que, passados alguns anos, ficavam efectivos, por virtude de qualquer proposta ministerial. Ainda hoje há alguns professores de galão branco.

(j E sabe o Sr. Ministro da Instrução porque é que se fundaram as escolas normais superiores e porque é que a sua frequência obrigava ã licenciatura em sciências ou letras? É porque muitos professores dos liceus tinham sido reprovados duas e três vezes, e isto porque, num quarto de hora, era impossível aquilatar da competência dos candidatos.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Instrução Pública

(António Sérgio): — Sr. Presidente: eu estaria absolutamente de acordo com todas as considerações feitas pelo Sr. Silva Barreto, se S. Ex.a tivesse falado sempre em concordância absoluta com as suas palavras.

Que o ensino primário é necessário, que deve ser tratado com o maior carinho, lá está no decreto. Mas o que também é necessário é nós não nos.deixarmos induzir num erro de lógica lançado por uma confusão de palavras. E assim, eu proponho que distingamos sempre entre as expressões «ensino primário superior» e «escolas normais superiores».

O Sr. Silva/Barreto: — 4V, Ex.a está fazendo um jogo de palavras? ^Onde é que está a incoerência das minhas ideas com as afirmações que fiz?

O Orador : — Conheço ás que V. Ex.a mostrou.

O Sr. Silva Barreto falou de maneira que parecia exprimir uma idea contrária à que, minutos antes, tinha mostrado.

O Sr. Silva Barreto:—Não atinjo onde é que V. Ex.a quere chegar.

O Orador: —E claro que não é preciso discutir a necessidade do ensino primário superior, e, exactamente porque ele é muito importante, é que eu acho que as escolas normais superiores devem ser boas.

Mas, disse o Sr. Silva Barreto, que eu não as devia extinguir, sem primeiro as remodelar.

E um pouco complexa esta idea. Remodelar, para depois extinguir, parece-me, pelo menos, perder tempo.

Extinguir as escolas normais superiores, para depois as remodelar, não me parece bem. Mas se eu disser extinguir as escolas normais superiores, eu exprimo uma idea. ,

O Sr. Silva Barreto:—^Mas para que remodelar o ensino, sem ter necessidade das escolas?

O Orador: — Quando falarmos em economias, poderemos pensar na economia que resulta da extinção total de todos os lugares.

Se eu deixar de pagar aos professores que são incompetentes faço uma economia, e ainda, supondo que €>u vá prover esses lugares vagos, por pessoas competentes, eu realizo uma economia, porque economia não é simplesmente deixar, de gastar, mas também gastar bem.

Diz S. Ex.a que eu passei um atestado de incompetentes aos professores do ensino primário superior; não creio que assim

Não disse no decreto que os professores eram incompetentes, mas que tinham sido admitidos sem provas de competência.

O Sr. Silva Barreto:—